O Presidente francês Emmanuel Macron frisou na segunda-feira que o envio de tropas ocidentais para a Ucrânia não deve "ser descartado" no futuro, anunciando ainda uma coligação para a entrega de mísseis de médio e longo alcance a Kiev.
"É uma das declarações mais relevantes desde o início da guerra, porque é o Presidente da França, não é um analista militar, não é alguém a tentar influenciar, é o Presidente da França a dizer: temos que perceber que, se não travarmos agora a Rússia, podemos ter que mandar tropas dos países ocidentais para o terreno".
Biden reúne-se com líderes do Congresso
O Presidente Biden vai reunir-se hoje com os líderes do Congresso, a par da questão do shutdown, também tenta desbloquear o pacote de apoio que também se destina à Ucrânia.
Germano Almeida é da opinião que não há muita esperança que haja um desbloqueio, “porque a posição do líder republicano na Câmara de representantes é completamente alinhada com o interesse eleitoral de Donald Trump, que é não resolver a questão e agravar a questão até à eleição e deixar a bola para Trump uma vez na Casa Branca, poder apresentar a sua solução, que passaria por forçar a Ucrânia a ceder”.
Adesão da Suécia à NATO
O Parlamento húngaro ratificou, na terça-feira, a adesão da Suécia à NATO, o passo final necessário para o país nórdico que deseja aderir à Aliança Atlântica desde a invasão russa da Ucrânia.
“O dia de ontem é um dia absolutamente histórico, porque é mais uma derrota estratégica de Putin depois de ter decretado há 2 anos e poucos dias a invasão em larga escala da Ucrânia, uma das grandes derrotas tinha sido a entrada da Finlândia na NATO em tempo recorde".
Germano almeida explica que a entrada da Suécia não foi em tempo recorde, o atraso teve a ver com o alinhamento de Orban aos interesses de Putin, mas “a verdade também é que mostrou que o facto de a Hungria estar na NATO e na União Europeia é positivo”.
“A Suécia será o membro 32, é um país que tem a noção da ameaça russa, é um país com capacidade militar, com a noção do que é a segurança coletiva”.
EUA falam em cessar-fogo, Israel continua a dizer que não aceitará um cessar-fogo
Joe Biden manifestou a esperança de que seja alcançado um cessar-fogo em Gaza "até à próxima segunda-feira", dia 4 de março, enquanto prosseguem as negociações para um acordo que inclua a libertação dos reféns detidos pelo Hamas.
“Era muito importante [fechar o acordo entre Israel e o Hamas para um cessar-fogo temporário], mas vejo [as declarações de Biden] mais como uma pressão limite de Biden sobre Netanyahu”.
Germano Almeida lembra que, “enquanto Biden diz isso, Netanyahu continua a dizer que tem um plano para avançar para Rafah, que só depois de Rafah termina a operação militar em Gaza e que não vai abdicar disso e continua a dizer que não acredita muito que o Hamas, na sequência de um acordo, libertasse todos os reféns”.
“Os americanos agora falam em cessar-fogo, embora temporário, e Israel continua a dizer que não aceitará um cessar-fogo”.