O Hamas descreve como um colapso iminente as negociações de tréguas no Cairo e acusa Israel de intransigência. Telavive é acusada de bloquear o regresso dos deslocados e de não ter um mapa definido do cessar-fogo. Em Gaza, as tropas israelitas mantêm a ofensiva, mas têm permitido ajuda por via aérea e marítima.
Milhares de refeições prontas a comer foram lançadas em áreas onde não tem chegado nenhum tipo de ajuda.
Nos últimos dias, e numa operação coordenada a partir da Jordânia, e que envolve vários países, houve já dezenas de voos destes sobre o território palestiniano.
As organizações não-governamentais criticam as limitações logísticas destas missões aéreas e o custo que é sete vezes superior ao envio de uma coluna de camiões.
No solo, as tropas israelitas bloquearam esta quarta-feira a passagem de 14 camiões pelo norte de Gaza.
200 toneladas de comida assaltada
Uma multidão esfomeada assaltou os veículos e saqueou duzentas toneladas de comida.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) relata níveis sem precedentes de desnutrição e calcula que haja 300 mil pessoas a viver praticamente sem alimentos e sem água potável.
No extremo sul do enclave aumentam, todos os dias, as filas para ter acesso a um prato de sopa.
Israel culpa a ONU e outras organizações por não distribuírem a ajuda de forma mais ampla e mantém a ofensiva contra o Hamas.
Negociações de tréguas sem sucesso
Nas negociações do Cairo, o movimento palestiniano acusa já os israelitas de intransigência. Ignora os apelos dos Estados Unidos para aceitar um acordo de tréguas que permita também a libertação dos reféns em Gaza.
Noutras frentes deste conflito, Israel intercetou mísseis do Hezbollah lançados contra o norte do país e voltou a bombardear alvos do partido xiita no sul do Líbano.
Já no Mar Vermelho, um navio mercante de uma companhia norte-americana foi atacado pelos houthis do Iémen.
Morreram dois tripulantes em mais este ataque à navegação do movimento que levantou as armas em solidariedade com o Hamas na Faixa de Gaza.