As ruas da capital do Haiti estão ainda mais mergulhadas no caos, num momento em que não há governo, milhares de detidos foram libertados das principais prisões do país e os gangues controlam 80% de Port-au-Prince.
Com esquadras atacadas, e sem qualquer autoridade, o abastecimento alimentar e de combustíveis entrou em rutura e metade da população de mais de 11 milhões de habitantes está agora em risco de carência alimentar.
A situação piorou no início do mês, quando o então primeiro-ministro viajou ao Quénia para assinar o acordo que previa o envio de mil militares quenianos integrados numa missão da ONU. Mas com a ausência de Ariel Henry do país, os diferentes gangues do país uniram-se, encerraram os aeroportos, assaltaram as prisões e tomaram conta das ruas com ameaças de uma guerra civil.
Num dos muitos volte-faces dos últimos dias, o Quénia ameaçou revogar o envio das tropas. Em reunião de emergência na vizinha Jamaica, um grupo de países da região, França e os Estados Unidos decidiram pela formação de um governo de transição.
Com a demissão de Henry, os gangues exigem agora amnistia de todos os crimes cometidos, como homicídios, violações em massa e saque generalizado.
Os EUA enviaram marines para proteger a embaixada, as Nações Unidas reduziram ao mínimo a presença por questões de segurança, a vizinha República Dominicana reforçou a única fronteira terrestre perante mais uma situação explosiva num dos países mais pobres do mundo.
O Haiti nunca recuperou verdadeiramente das inúmeras catástrofes naturais, sismos e furacões, que assolaram o Haiti na ultima década e meia.