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Capturados 600 membros do Hamas e da Jihad Islâmica no Hospital Al-Shifa em Gaza

O porta-voz do Exército, Daniel Hagari, indicou que foram identificados 250 dos detidos como membros do Hamas e da Jihad Islâmica, enquanto estão a ser investigadas as ligações dos outros 350 detidos com estes grupos.

Fumo durante um ataque israelita ao hospital Al-Shifa e à área circundante
Fumo durante um ataque israelita ao hospital Al-Shifa e à área circundante
Dawoud Abu Alkas

O Exército israelita disse esta quarta-feira que já deteve cerca de 600 supostos combatentes de milícias palestinianas dentro do Hospital Al-Shifa, na cidade de Gaza, no âmbito das operações que decorrem há três dias na unidade hospitalar.

O porta-voz do Exército, Daniel Hagari, indicou que foram identificados 250 dos detidos como membros do Hamas e da Jihad Islâmica, enquanto estão a ser investigadas as ligações dos outros 350 detidos com estes grupos.

"Estamos a falar de muitos membros da Jihad Islâmica, incluindo comandantes de batalhão e membros e responsáveis políticos do Hamas", explicou Hagari num vídeo gravado à entrada do hospital.

O Exército indicou que, nas últimas horas, as suas forças em conjunto com os serviços de informações internas, Shin Bet, detiveram mais de 300 suspeitos na área e localizaram armas em todo o hospital, incluindo metralhadoras, carregadores, morteiros, granadas e lança-granadas RPG.

Nas buscas no hospital, o Exército afirma ter apreendido também dinheiro no valor de 11 milhões de shekels (2,75 milhões de euros) e notas de dólares e dinares jordanos.

Dois dias depois de o Exército israelita ter invadido pela quarta vez o maior hospital da Faixa de Gaza, na manhã de segunda-feira, os militares continuam a ocupar o complexo hospitalar, que afirmam ser usado pelo Hamas para "fins terroristas".

As forças de Telavive alegam que se trata de "parte do esforço para capturar terroristas que se escondem e operam dentro de edifícios hospitalares e que usam a população civil como escudo humano".

90 supostos militares palestinianos mortos

Durante a manhã desta quarta-feira, Israel também afirmou ter matado cerca de 90 supostos militantes palestinianos e transferido "160 suspeitos para território israelita para posterior interrogatório".

Por outro lado, insistiu que em todas as suas operações militares dentro do Al-Shifa está a evitar danos a "civis, doentes e equipamentos médicos" e disse que na noite de terça-feira forneceu 1.800 litros de água e 3,8 toneladas de alimentos de ajuda humanitária às pessoas refugiadas dentro do hospital.

No entanto, a agência oficial palestiniana Wafa indicou que alguns dos doentes tiveram de abandonar o complexo hospitalar e dirigir-se para o Hospital Baptista, apesar do seu estado de saúde.

O hospital Al-Shifa voltou a funcionar parcialmente no dia 2 de março para cuidar dos feridos na cidade de Gaza, apesar das dificuldades e dos poucos bens médicos, água e alimentos disponíveis, segundo o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, Tedros Adhanom.