O Hamas acusou esta quarta-feira o Governo israelita de responder "negativamente" ao plano de três fases apresentado para alcançar um cessar-fogo, passo essencial para as negociações.
Osama Hamdan, um alto responsável do Movimento de Resistência Islâmica, disse que, apesar dos esforços do Hamas, Israel recuou e pode levar as conversações mediadas pelo Qatar a um "beco sem saída", segundo o diário palestiniano Filastin, ligado ao grupo islamita.
"A resposta à proposta das três fases apresentada aos mediadores foi negativa e não responde às exigências do nosso povo. Estas incluem a cessação das hostilidades em Gaza e o regresso dos deslocados às suas casas, bem como a retirada do exército israelita da Faixa de Gaza", afirmou.
Hamdan disse que o Hamas mostrou "flexibilidade", enquanto Israel "continua a afastar-se das questões que já foram acordadas" e a "adiar" uma resposta positiva, o que pode significar o fim definitivo das negociações.
O porta-voz palestiniano responsabilizou o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, por "bloquear o acordo" e reafirmou que os Estados Unidos "têm de parar de enviar armas para Israel se querem realmente acabar com o genocídio em Gaza".
Em fevereiro, o Hamas apresentou uma contraproposta para um possível cessar-fogo que prevê um plano de três fases ao longo de 135 dias, que incluiria a libertação de reféns em troca de 1.500 prisioneiros, o fim do cerco à Faixa de Gaza e um processo de reconstrução dos territórios palestinianos.
O grupo islamita respondeu a uma proposta anterior dos mediadores do Qatar e do Egito, apoiados pelos Estados Unidos e por Israel, e insistiu na necessidade de um cessar-fogo prolongado para aceitar qualquer tipo de acordo com as autoridades israelitas.