Um tiroteio numa sala de concertos em Moscovo, na Rússia, fez esta sexta-feira dezenas de mortos e feridos. A autoria do ataque já foi reivindicada pelo Daesh.
Pelo menos cinco homens armados e vestidos com camuflados disparam indiscriminadamente na sala de concertos Crocus City Hall, num dos maiores centros comerciais nos arredores de Moscovo, durante um espetáculo com milhares de pessoas.
Segundo a agência de notícias russa TASS, pelo menos 62 pessoas morreram e mais de 140 ficaram feridas, incluindo crianças.
As autoridades estão à procura dos atacantes, membros do Daesh, que esta noite reivindicou o atentado numa publicação num canal do Telegram.
Já esta noite, a Sky News chegou a relatar um segundo tiroteio em Moscovo, citando a agência russa TASS, mas a notícia foi, entretanto, corrigida.
As imagens do ataque
O ataque ocorreu antes de um concerto da banda rock russa Picnic, numa sala com capacidade para mais de seis mil pessoas, que estava praticamente lotada.
A explosão de uma granada lançada pelos atacantes provocou ainda um incêndio no edifício e as chamas terão provocado o desabamento da cobertura.
O Presidente russo, Vladimir Putin, não deverá fazer declarações esta noite.
Ao início da noite, a Presidência da República ucraniana e combatentes russos pró-Ucrânia negaram qualquer envolvimento no tiroteio.
Por sua vez, a legião Liberdade da Rússia, um grupo de combatentes russos anti-Kremlin sediado na Ucrânia, negou também qualquer envolvimento.
Ainda assim, o ex-presidente russo, Dmitri Medvedev, fez questão de afirmar que a Rússia "destruirá" os líderes ucranianos caso se confirmasse que eram responsáveis pelo ataque.
"Se for estabelecido que são terroristas do regime de Kiev... todos devem ser encontrados e destruídos impiedosamente como terroristas. Incluindo os líderes do Estado que cometeram tal atrocidade", afirmou na rede Telegram Medvedev, também número dois do Conselho de Segurança Nacional e conhecido pelas suas declarações radicais.
A porta-voz do ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, fala de um “crime monstruoso”, enquanto a comissária russa de Direitos Humanos, Tatyana Moskalkova, descreve o tiroteio como um “atentado terrorista sangrento”.
O presidente da Câmara Municipal de Moscovo, Sergei Sobyanin, lamenta a “grande tragédia” e anuncia o cancelamento de todos os eventos culturais previstos para o fim de semana na cidade.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, reagiu, através das redes sociais. "Há oito anos, os ataques a Bruxelas abalaram a Europa, no seu centro, e a Bélgica, profundamente. Presto tributo à memória dos afetados por este ato horrífico de terrorismo".
Yulia Navalnaya, viúva de Alexei Navalny, expressou condolências pelas vítimas na rede X.
“Todos os envolvidos neste crime devem ser encontrados e levados à justiça”, escreveu.
Nas últimas semanas, vários países alertaram para informações que indicavam a possibilidade de um ataque terrorista em Moscovo.
Este será o maior ataque na capital russa desde 2002, quando um comando checheno fez cerca de 850 reféns no teatro Dubrovka que terminou com a morte de 170 pessoas.
Notícia em atualização