Pelo menos nove pessoas morreram e mais de 800 ficaram feridas, esta quarta-feira, após um sismo de magnitude superior a 7 na escala de Richter abalar a costa de Taiwan. Este foi o sismo mais forte a atingir a ilha nos últimos 25 anos.
Na última atualização, o governo de Taiwan adiantou que mais de 800 pessoas ficaram feridas.
Pelo menos 26 edifícios desabaram, mais da metade em Hualien. Num dos edifícios, 22 pessoas foram resgatadas.
Aos jornalistas, os locais relataram o momento em que sentiram o sismo: "Estava tudo a abanar com muita violência."
Segundo a agência France-Presse, a magnitude do terramoto foi estimada em 7,5 pela agência meteorológica do Japão, 7,4 pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos e 7,2 pela agência meteorológica do Taiwan.
Vários alertas de tsunami emitidos
O sismo ocorreu pelas 09:00 (01:00 em Lisboa), com o epicentro situado perto de Hualien, a uma profundidade de 15,5 quilómetros, indicou o Centro Sismológico da China.
Foram já retirados todos os alertas de tsunami emitidos em Taiwan, Japão, Filipinas e pelo Centro de Alerta de Tsunamis do Pacífico.
O primeiro abalo foi seguido por uma réplica de magnitude 6,2 na escala de Richter, de acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos.
O sismo causou danos materiais consideráveis, especialmente em Hualien, cidade com cerca de 100 mil habitantes, onde vários edifícios residenciais desabaram parcialmente, deixando pessoas presas no interior.
As autoridades de Taiwan disseram que 308.242 casas ficaram sem eletricidade, embora o fornecimento já tenha sido restabelecido em cerca de 70% das habitações.
O presidente da autarquia de Taipé, Chiang Wanan, declarou o nível dois do centro de resposta a desastres na capital de Taiwan e pediu aos cidadãos que tenham cuidado e estejam atentos a possíveis novas réplicas.
A Comissão de Segurança Nuclear de Taiwan avançou que as instalações nucleares da ilha não sofreram danos.
Foi o sismo "mais forte em 25 anos" em Taiwan
O sismo foi "o mais forte em 25 anos" na ilha, disse o diretor do Centro Sismológico de Taiwan, Wu Chien-fu. Em setembro de 1999, um abalo de magnitude 7,6 matou 2.400 pessoas em Taiwan.
No Japão, as autoridades tinham pedido a quase 500 mil pessoas nas ilhas de Okinawa, Miyakojima e Yaeyama, no sul do país, para abandonarem as habitações e procurarem refúgio em locais mais elevados.
O alerta de tsunami levou também à suspensão de todos os voos de e para o aeroporto de Naha, na ilha principal de Okinawa, enquanto os passageiros que se encontravam no aeroporto foram levados para os pisos superiores devido à proximidade da costa.
Taiwan está localizada no chamado "Anel de Fogo" do Pacífico, uma zona de intensa atividade sísmica e vulcânica que se estende do Japão ao Pacífico, através do sul da Ásia.
Tóquio e Pequim oferecem apoio a Taiwan após sismo
O Japão está pronto para fornecer qualquer assistência necessária a Taiwan após o terramoto, segundo publicou o primeiro-ministro Fumio Kishida na sua conta oficial no X.
Nas redes sociais, Kishida disse ter ficado “profundamente triste” ao saber do terremoto e referiu-se a Taiwan como o "vizinho do outro lado do mar" do Japão.
Também Pequim ofereceu esta quarta-feira assistência a Taiwan depois do terramoto ter abalado as águas a leste da ilha. A porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado, o Executivo da China, Zhu Fenglian, expressou "profunda preocupação" com o terramoto, ao mesmo tempo que ofereceu condolências e apoio às pessoas afetadas, segundo a agência de notícias oficial chinesa Xinhua.
Zhu reiterou o empenho da China na assistência humanitária e a sua disponibilidade para acompanhar de perto a situação, visando "prestar a ajuda necessária".
Estas expressões de apoio são comuns na sequência de catástrofes naturais, apesar das relações tensas entre os dois lados do Estreito da Formosa.
A líder taiwanesa Tsai Ing-wen ofereceu as suas condolências e assistência a Pequim após o terramoto de 2023 na província chinesa de Gansu, que custou a vida a 151 pessoas.
O antigo líder taiwanês Ma Ying-jeou (2008-2016), que se encontra de visita à China continental, manifestou esta quarta-feira o seu desejo de que todos os afetados "estejam sãos e salvos".
Com Lusa
Artigo atualizado às 11:41