Mais de dois anos de guerra na Ucrânia fizeram, além de milhares de mortos, muitos milhares de feridos. Dos feridos, uma percentagem impressionante teve de sofrer amputações.
É o reencontro de Oleksandr com a avó, ao fim de seis meses de uma outra vida, desde que ficou sem o braço e parte da perna esquerda na explosão de uma mina no campo de batalha.
Até ao início da guerra na Ucrânia, era um técnico de eletrónica a viver no estrangeiro, com uma vida estável. A invasão russa mudou tudo.
Aos 33 anos, reaprendeu a viver e com recurso a uma prótese faz praticamente tudo.
Ficar parado ou a lamentar-se não são opções para Oleksandr, apesar de reconhecer os entraves no dia-a-dia. Tem na família o apoio fundamental.
Outro militar ucraniano faz parte da estatística dos milhares de amputados que a guerra tem feito. Tem 28 anos, a mão foi amputada, mas continua a combater pela Ucrânia e a contornar as dificuldades.
A esperança de que a qualidade de vida aumente está depositada no recurso a uma mão biónica que, com tecnologia avançada, permite movimentos controlados e estáveis e uma sensação semelhante à de um membro verdadeiro.
Muitos dos que passam por uma situação destas têm em comum a vontade de dar a volta por cima e até de continuarem no terreno a lutar por aquilo em que acreditam.
Não são divulgados números oficiais de mortos e feridos, mas uma das últimas estatísticas avançadas pelo jornal New York Times referia 70 mil soldados ucranianos mortos e cerca de 100 a 120 mil feridos, milhares deles amputados desde a invasão russa, em 2022.