O Presidente francês, Emmanuel Macron, voltou a admitir esta quinta-feira a possibilidade de enviar tropas terrestres ocidentais para a Ucrânia no caso da Rússia "romper as linhas da frente" e Kiev solicitar esse apoio.
Para Ricardo Alexandre, é uma hipótese que a União Europeia não vai considerar, " é mais uma vez um excesso de voluntarismo por parte do Presidente francês".
"Essa hipótese de enviar tropas ocidentais para a Ucrânia creio que só na cabeça do Presidente francês, eventualmente alguns Estados bálticos mais próximos da fronteira com a Ucrânia ou com a Federação Russa desejam o mesmo, mas não creio que seja algo que possa merecer um consenso fácil por parte dos 27, seria entrar em conflito".
Avanços russo e ajuda militar à Ucrânia
Os russos têm reclamado avanços no terreno ucraniano e há dúvidas que a chegada da ajuda norte-americana vá conseguir travá-los.
"É muito difícil, muito complexo, que a Ucrânia consiga recuperar terreno com esta ajuda que vai chegar (...) são centenas de quilómetros quadrados que foram perdidos pela Ucrânia (...) No limite, há esperança de que o material que vai ser recebido pela Ucrânia possa ajudar a suster novas ofensivas".
Delegação do Hamas volta ao Egito
Uma delegação do Hamas vai voltar ao Egito para retomar as negociações para um cessar-fogo e para a troca de prisioneiros por reféns.
"É uma proposta complexa, cheia de formulações e subformulações que tem por objetivo conseguir a libertação de 133 reféns vivos e mortos, porque já sabe que alguns dos reféns estão mortos (...) há uma série de etapas que parecem não agradar de todo ao "patrão" do Hamas em Gaza, o senhor Sinwar".
Do lado de Israel, Benjamin Netanyahu, também não quer propriamente este acordo, "quer é poder ter mãos livres para avançar para a operação em Rafah".
"Os reféns deixaram de ser a principal preocupação do primeiro-ministro de Israel. Netanyahu está apenas preocupado com a sua sobrevivência política e sabe que, com o Governo que tem, ou continua a demonstrar esta mão dura ou então perde o apoio dos seus parceiros de coligação, que são mais extremistas (...) Netanyahu aabe que, a partir do momento em que começar a fazer algum tipo de cedências, o governo cai".