Um segundo funcionário da defesa russa foi preso sob a acusação de suborno. O tenente-general Yury Kuznetsov, de 55 anos, chefe da principal direção de pessoal do Ministério da Defesa, foi detido numa rusga na segunda-feira nos subúrbios de Moscovo.
Kuznetsov é acusado de aceitar um "suborno excecionalmente grande", uma acusação punível até 15 anos de prisão. O comité de Investigação, a principal agência estatal de investigação criminal da Rússia, alega que o tenente general recebeu o suborno no seu anterior cargo de chefe da direção do Estado-Maior militar, responsável pela preservação dos segredos de Estado, cargo que ocupou durante 13 anos.
Na rusga, agentes do Serviço Federal de Segurança, arrombaram as portas e janelas da casa de Kuznetsov durante a noite. Segundo os relatórios, foram apreendias moedas de ouro, artigos de luxo e pouco mais de um milhão de dólares em dinheiro. A sua mulher, que anteriormente também já tinha trabalhado em várias estruturas do ministério da Defesa, também terá sido interrogada.
No passado domingo, ao iniciar o quinto mandato, Putin remodelou o seu gabinete e houve algumas mudanças. Sergei Shoigu, que foi ministro da Defesa durante 11 anos e meio, foi substituído por Andrei Belousov. Passou a ocupar o cargo de secretário do Conselho de Segurança da Rússia, um cargo semelhante ao de conselheiro de segurança nacional dos EUA, que antes estava a cargo de Nikolai Patrushev. Este último, um membro do círculo íntimo de Putin, que ocupou o cargo durante 16 anos, foi nomeado assessor presidencial.
O abanão ocorreu numa altura em que as tropas russas lançaram novas ofensivas, tentando tirar partido de um abrandamento da ajuda ocidental à Ucrânia, num momento que muitos observadores consideram decisivo na guerra.