Antony Blinken chegou ao território ucraniano durante a madrugada de terça-feira para uma visita que tem o propósito de assegurar que os milhões enviados por Washington a Kiev estão a "chegar ao terreno". Na frente do conflito, a Rússia continua a conquistar povoações, tal como faz notar a jornalista da SIC na Ucrânia, Iryna Shev.
Em dia de visita de Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, à Ucrânia, a repórter da SIC em Kiev informa que as forças russas conseguiram conquistar mais uma aldeia na região de Kharkiv. Já a cidade de Vovschansk, localizada a quatro quilómetros da fronteira coma Rússia, continua sob violentos ataques, uma "tática de destruição" que a jornalista diz ser semelhante à tática utilizada contra cidades como Bakhmut e Avdivka.
Em kharkiv, a situação vivida "é muito complexa", uma ideia defendida pelo chefe das secretas ucranianas, Kyrylo Budanov, em entrevista ao The New York Times. O responsável prevê ainda que a nova ofensiva russa se alastre à região vizinha de Sumy.
A Ucrânia tem tentado a todo o custo retaliar e defender-se, mas a diferença entre as duas nações no que aos recursos militares diz respeito faz com que a Rússia prossiga com sucesso as suas incursões.
Desde sexta-feira que as regiões fronteiriças de Kharkiv já foram retiradas, por precaução, cerca de 7.000 pessoas.
Primeira visita desde que pacote de ajuda foi aprovado
A deslocação de Blinken a Kiev é a primeira visita de um oficial dos EUA depois de o Congresso norte-americano ter aprovado o pacote de ajuda para a Ucrânia no valor de cerca de 61 mil milhões de dólares (aproximadamente 57 mil milhões de euros).
Iryna Shev esclarece que com esta visita Blinken vem "certificar-se de que a ajuda está a chegar ao terreno", à semelhança do que já está a acontecer em Kharkiv, de acordo com informações recolhidas pela jornalista junto de autarcas da região.
Tal como aconteceu no ano transato, o envio de armamento por parte dos países parceiros de Kiev está atrasado, o que complica a capacidade de resposta do exército do país invadido.
Já na Rússia, o ministro da Defesa que ocupava o cargo desde 2012, Sergei Shoigu, foi afastado das funções que exercia passando a ser o secretário-geral do Conselho de Segurança da Rússia.
Andrei Belousov é o homem que se segue na tutela. O civil tem formação económica, era vice-primeiro-ministro, mas não tem experiência militar, uma escolha que os especialistas acreditam ter sido feita com base no desejo de ter um gestor no cargo para, assim, conseguir "centralizar a economia do país para o esforço de guerra", refere Iryna Shev.