Mundo

Correspondente SIC

Motins (mortais) na Nova Caledónia: Governo francês declara estado de emergência e envia militares

Os motins estão a espalhar o terror no arquipélago francês no Pacífico. Pelo menos cinco pessoas morreram. Há casas e carros queimados, infraestruturas destruídas e supermercados pilhados.

Loading...

O Governo francês declarou estado de emergência e enviou militares para o arquipélago da Nova Caledónia, um território francês no Pacífico. Os motins já mataram pelo menos cinco pessoas e estão a espalhar o terror. Os movimentos que lutam pela independência acusam Paris de querer marginalizar, ainda mais, os povos indígenas.

O fumo que mostram as imagens aéreas ilustra bem a violência a que se assiste no arquipélago francês do Pacífico.

Quem percorre (com risco) as estradas da Nova Caledónia vê carros queimados e ainda chamas a consumir infraestruturas.

Yoan Fleurot, mecânico, teme perder o negócio e a habitação, dado que são já várias as casas e empresas que ficaram completamente queimadas.

Há empresas onde os bombeiros não conseguem dar resposta. Veem-se também supermercados pilhados pelos manifestantes independentistas.

Mas o mais dramático é a perda de vidas humanas. Pelo menos cinco pessoas já morreram, entre as quais dois agentes desde que, na segunda-feira, começaram os motins que instalaram o medo entre os habitantes.

O estado de emergência foi declarado nas ilhas de 270 mil habitantes desde a noite passada.

Militares estão encarregues de proteger o aeroporto e os portos do arquipélago, onde o Governo francês decidiu também proibir a rede social chinesa TikTok, que estaria a ser usada para apelos à rebelião por parte de grupos independentistas, que se opõem à reforma constitucional aprovada na Assembleia de Paris e que irá permitir que mais franceses, a viver recentemente na ilha possam votar em eleições locais e referendos.

Algo que os opositores temem por considerarem que o povo indígena Kanak, que já vivia no arquipélago quando foi conquistado por França, possa perder peso eleitoral. Por isso, receiam que não seja nunca mais possível conseguir a independência.