Mundo

Eslovénia é o mais recente país a reconhecer Estado da Palestina

A decisão da Eslovénia ocorre dias depois de Espanha, Noruega e Irlanda terem reconhecido um Estado palestiniano, iniciativa que foi condenada por Israel.

Eslovénia é o mais recente país a reconhecer Estado da Palestina
Inga Rasmussen

A Eslovénia reconheceu esta terça-feira oficialmente o Estado da Palestina, depois do Parlamento ter votado a favor da medida, seguindo os passos de três outros países europeus, Espanha, Noruega e Irlanda.

O Governo da Eslovénia tinha aprovado, na semana passada, uma moção para reconhecer um Estado palestiniano e enviou a proposta ao Parlamento para aprovação final, necessária para que a decisão entrasse em vigor.

O Parlamento aprovou hoje a proposta com 52 votos a favor e nenhum contra, numa câmara de 90 lugares. Os restantes deputados não estiveram presentes para a votação.

A coligação no poder decidiu forçar a sua tomada de posição e rejeitar uma moção da oposição, que boicotou a sessão com exceção a um deputado, que se absteve, noticiou a agência France-Presse (AFP).

O Partido Democrático Esloveno (SDS) do ex-primeiro-ministro Janez Jansa tinha apresentado na segunda-feira uma proposta destinada a organizar um referendo consultivo. Esta manobra deveria atrasar a votação durante 30 dias, segundo as regras parlamentares.

Mas, contra todas as expectativas, a presidente do Parlamento, Urska Klakocar Zupancic, estimou hoje que a oposição tinha "abusado do mecanismo de referendo", afirmando que o prazo de 30 dias só se aplicava a projetos de lei e não a decretos.

Durante uma sessão caótica de seis horas, interrompida várias vezes por questões processuais, a moção foi rejeitada por uma ampla maioria e depois o decreto foi aprovado. Jansa já tinha acusado a coligação de centro-esquerda no poder de "violar o procedimento", deixando a câmara juntamente com os deputados do seu partido.

O Governo tinha enviado o decreto ao Parlamento para aprovação na semana passada, acelerando o procedimento para ratificar a decisão antes das eleições europeias de domingo. Um cálculo político denunciado por Janez Jansa, próximo do primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu.

De acordo com o texto da sua moção, tal reconhecimento "causa danos a longo prazo à Eslovénia ao apoiar a organização terrorista Hamas". Pelo contrário, o primeiro-ministro liberal Robert Golob acredita que esta decisão "transmite uma mensagem de paz".

"Acreditamos que chegou a hora de todo o mundo unir forças para uma solução de dois Estados que traga a paz ao Médio Oriente", sublinhou.


Com LUSA