Mundo

Demissão de Benny Gantz fragiliza Governo de Israel

Benjamin Netanyahu vai decidir o futuro do gabinete de guerra, depois da demissão de Benny Gantz. A saída do ministro não tira a maioria ao governo de coligação.

Faixa de Gaza
Loading...

A promessa de Benny Gantz foi, finalmente, cumprida. Demitiu-se do governo de crise e do gabinete de guerra de Israel por descontentamento da maneira como Benjamin Netanyahu está a conduzir as operações em Gaza.

"As decisões estratégicas fatais são rejeitas e adiadas devido a considerações políticas. Para ser sincero, entrar para o governo foi uma decisão simples. Sair dele quando os nossos reféns estão nos túneis do Hamas, quando os habitantes do norte estão longe das suas casas, quando temos milhares de combatentes na frente, é uma decisão complicada e agonizante", disse Benny Gantz, ministro demissionário de Israel.

O anúncio da demissão já era esperado. Gantz pede, agora, eleições antecipadas. O governo não cai para já, mas fica mais fragilizado e cada vez mais dependente dos radicais de direita.

"Não acho bem que alguém do governo nos abandone em tempo de guerra. Penso que devemos estar unidos e manter-nos fortes como nação", conta Shon Azzoulai, residente em Telavive.

A demissão de Gantz foi apresentada menos de 48 horas depois do resgate de 4 reféns em Gaza, o maior triunfo político e militar para Israel, ao fim de 7 meses de guerra.

Na operação, o exército israelita matou 274 civis palestinianos. Mais de 60 eram crianças. O número de feridos chega quase aos 700.

"Deram-me um tiro no ombro aqui e um tiro na barriga e a bala saiu pelas costas. O meu irmão mais novo tinha 12 anos e andava no 6.º ano. O rapaz não tem nada a ver com isto, mas deram-lhe um tiro na barriga", relata Mo´men Matar, sobrevivente.

O Hamas diz que vários outros reféns foram mortos pelas tropas de Telavive no resgate de Nuseirat. Israel nega.

"Estamos agora a combater em sete frentes. Estamos a combater contra o Hezbollah. Em primeiro lugar, contra o Hamas, contra o Hezbollah, contra os Houtis, contra as milícias no Iraque e na Síria, contra o Irão, contra a Judeua e Samaria, e também contra o TPI. Contra todos eles. Estamos a lutar em muitas, muitas frentes", afirma Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel.

Esta semana, o secretário de estado norte-americano, Antony Blinken, faz a oitava viagem ao Médio Oriente, com paragens no Egito, Israel, Jordânia e Catar, como parte dos esforços dos Estados Unidos para pressionar por um acordo de cessar-fogo.