O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, criticou a proposta do Presidente russo, Vladimir Putin, para cessar a agressão à Ucrânia, considerando que o agressor "não pode ditar as condições para um cessar-fogo".
Na sexta-feira, Putin apresentou condições para a Rússia participar numa mesa de negociações com a Ucrânia, que incluíam a admissão por parte de Kiev da soberania russa sobre as zonas do país que está a controlar.
"As exigências inaceitáveis de Putin pretendem legitimar a invasão e minar os esforços de paz enquanto a Rússia se reforça e prepara para uma longa guerra. O agressor não pode ditar as condições para um cessar-fogo", escreveu Borrell na plataforma social X.
O responsável da diplomacia comunitária acrescentou que "a agressão constante da Rússia contra a Ucrânia mostra que [Moscovo] não tem qualquer interesse real na paz".
A Suíça recebe este sábado e domingo a Conferência para a Paz na Ucrânia, que juntará representantes de mais de 90 países e organizações, incluindo Portugal, mas não da Rússia nem da China, entre outros ausentes de peso.
O objetivo da conferência, organizada pela Suíça na sequência de um pedido nesse sentido do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, é "inspirar um futuro processo de paz", tendo por base "os debates que tiveram lugar nos últimos meses, nomeadamente o plano de paz ucraniano e outras propostas de paz baseadas na Carta das Nações Unidas e nos princípios fundamentais do direito internacional".
A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais desde que a Rússia invadiu o país, em 24 de fevereiro de 2022.
Os aliados de Kiev também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia. O conflito, que já entrou no terceiro ano, provocou a destruição de importantes infraestruturas em várias áreas na Ucrânia.