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Presidente Putin não descarta negociações com a Ucrânia mas exige (várias) garantias

O porta-voz do Kremlin diz que o Presidente Vladimir Putin não descarta negociações com a Ucrânia, mas quer garantias quanto à credibilidade dos acordos.

Dmitri Peskov
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O Kremlin sugere que a Ucrânia reflita sobre a recente proposta de paz do Presidente Vladimir Putin, uma vez que a situação na frente de batalha está a piorar para as forças ucranianas. Estas declarações do porta-voz do Kremlin surgem depois de Zelensky ter prometido apresentar propostas à Rússia assim que estas fossem validadas pela comunidade internacional, no quadro da Cimeira para a Paz na Ucrânia.

“Sempre que Putin fala em iniciativas de paz e tenta encontrar uma solução política e diplomática, existem determinadas condições no terreno. De cada vez que isso acontece, as condições deterioram-se para a Ucrânia. A dinâmica atual da situação na frente de batalha revela que a situação continuará a piorar para os ucranianos”, comentou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.

Peskov sublinha que “Putin não rejeita nada. Não rejeita a possibilidade de conversações. O que ele diz é que existem organismos legítimos, de acordo com a Constituição do país, que determinam, por exemplo, quem está autorizado a conduzir negociações. Regra geral, as negociações são conduzidas por peritos, mas os resultados são registados por representantes legítimos”.

“Os acordos de papel são fruto de negociações muito complexas entre peritos, de um equilibrio de interesses e, evidentemente, da avaliação da realidade no terreno. Também neste caso será assim”, concluiu Peskov.

No final da semana, o Presidente russo, Vladimir Putin, prometeu ordenar imediatamente um cessar-fogo na Ucrânia e iniciar negociações se Kiev começasse a retirar as tropas das quatro regiões anexadas por Moscovo em 2022 e renunciasse aos planos de adesão à NATO.

Estas reivindicações constituem uma exigência de facto para a rendição da Ucrânia, cujo objetivo é manter a sua integridade territorial e soberania, mediante a saída de todas as tropas russas do seu território, além de Kiev pretender aderir à aliança militar.

As condições colocadas por Moscovo foram rejeitadas de imediato pela Ucrânia, Estados Unidos e NATO.