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Netanyahu dissolve gabinete de guerra: e agora, o que pode acontecer?

Ricardo Alexandre, jornalista da TSF e comentador SIC, analisou na Edição da Manhã da SIC Notícias a dissolução do gabinete de guerra em Israel e a entrada da Coreia do Norte por breves momentos em território sul-coreano.

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Ricardo Alexandre, jornalista da TSF e comentador SIC, diz que "diminuíram bastante" as possibilidades de cessar-fogo em breve na guerra entre Israel e o Hamas com a dissolução do gabinete de guerra. Sobre a Coreia do Norte atravessar a fronteira com a Coreia do Sul, refere que resta saber se é apenas uma coincidência ou se foi prepara para coincidir com a visita de Putin.

Oito menos depois de ter sido criado, o gabinete de guerra foi dissolvido pelo chefe do Governo israelita, Benjamin Netanyahu.

Ricardo Alexandre considera "uma incógnita" se os combates ficarão mais intensos. No entanto, destaca que "diminuíram bastante" as possibilidades de cessar-fogo em breve. O governo de Telavive já deixou bem claro que a operação na Faixa de Gaza é para continuar.

Benny Gantz, que se terá demitido do governo de crise e do gabinete de guerra por descontentamento da maneira como Netanyahu está a conduzir as operações em Gaza, "fez uma jogada de cálculo que estava prevista", refere o jornalista da TSF.

Na Edição da Manhã, Ricardo Alexandre diz que é "evidente" que Benny Gantz tem o apoio da administração Biden.

"Netanyahu teve a oportunidade de passar a ser ele a decidir os destinos da guerra, se há um cessar-fogo ou não em breve", afirma.

O gabinete de guerra foi criado após Gantz juntar-se a Netanyahu num governo de emergência, no início da guerra em Gaza, em outubro. Entre os membros estavam também o parceiro do primeiro-ministro, Gadi Eisenkot, e o líder do partido religioso Shas, Aryeh Deri, como observadores.

Já sobre a violação da Coreia do Norte na fronteira com a Coreia do Sul, o comentador da SIC indica que houve logo resposta dos sul-coreanos: foram disparados vários tiros na direção dos militares.

"São coisas que acontecem ocasionalmente. Resta saber se os norte-coreanos preparam a atividade para fazer coincidir com a visita de Putin ou se é apenas uma coincidência", refere.

É a segunda vez em menos de duas semanas que a situação acontece. No início de junho, soldados norte-coreanos entraram, também por breves momentos, em território da Coreia do Sul.

O jornalista esclarece ainda que a Coreia do Norte tem sido "bastante importante" para a capacidade de armazenamento e disponibilidade de munições para a Rússia na guerra com a Ucrânia.

Por sua vez, a Rússia disponibiliza satélites de espionagem militar, que permite à Coreia do Norte detetar alvos militares. Pode também permitir tecnologia para lançamento de mísseis de mais longo alcance, sinaliza.

"É mais importante a Coreia do Norte demonstrar que tem capacidade de chegar aos Estados Unidos com um míssil de longo alcance. É tecnologia que a Coreia do Norte não tem e que a Rússia tem", acrescenta.