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Putin na Coreia do Norte: aliança "entre duas potências nucleares" deve ser temida pelo Ocidente

Na análise à atualidade internacional, Pedro Cordeiro destaca a visita de Vladimir Putin à Coreia do Norte e os últimos desenvolvimentos do conflito no Médio Oriente.

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Vladimir Putin convidou o líder da Coreia do Norte para visitar Moscovo. Esta foi a mensagem deixada pelo Presidente russo no inicio da reunião com Kim Jong-Un, no dia em que o Presidente russo visita Pyongyang aproveitou também para agradecer o apoio consistente e inabalável da Coreia do Norte a Moscovo, sobretudo na guerra na Ucrânia. Já Kim Jong-Un lembrou que o mundo está em permanente mudança e que é preciso fortalecer as ligações estratégicas com a Rússia para dar resposta aos desafios futuros. Pedro Cordeiro, editor de Internacional do Expresso, realça a aliança entre os dois países, “dois regimes autoritários, duas potências nucleares”, o que pode representar uma ameaça para o Ocidente.

“É de esperar maior cooperação ou pelo menos uma exposição pública, uma manifestação pública mundial dessa Aliança, sobretudo no quadro da guerra da Ucrânia. Portanto, temos uma ditadura comunista, a Coreia do Norte, que sempre foi próxima da União Soviética, sem prejuízo de desacordos aqui acolá, mas que neste momento se alinha perfeitamente com Moscovo, de quem também tem a receber benesses contra uma ordem mundial em que as democracias ocidentais estão claramente opostas à Rússia, sobretudo desde a invasão da Ucrânia em fevereiro de 2022. Portanto, aqui trata-se de dois regimes autoritários, duas potências nucleares” e, por isso, deve ser temida pelo Ocidente, explica Pedro Cordeiro.

O editor de Internacional do Expresso sublinha também que “a Coreia do Norte é uma ditadura totalitária, hermética, cuja população é condenada a morrer à fome pelo próprio regime (…) A Coreia do Norte precisa de ajuda e o regime norte-coreano para se sustentar, precisa de ajuda de onde vier, nomeadamente russa, e a Rússia precisa de se mostrar ao mundo sem estar isolada”.

Médio Oriente: “Hezbollah tentar forçar Israel a abrir uma segunda frente de guerra”

Nas últimas horas, Israel avança que foram aprovados planos operacionais para uma ofensiva no Líbano. Pedro Cordeiro considera que “é de esperar um alargamento e agravamento da guerra”.


“É uma resposta que Israel quer dar aos ao facto de receber ataques, coisa que já acontecia antes da da guerra iniciada a 7 de outubro, esporadicamente o Hezbollah, um movimento islamita, que opera no Líbano e que é fortemente apoiado pelo Irão, a ataca periodicamente o Norte de Israel, disparando rockets, pondo em perigo a segurança daquelas populações que estão defendidas pelo pelo poderoso sistema da cúpula de ferro que que tende a neutralizar esses ataques, mas de qualquer maneira, é uma ameaça permanente sobre Israel”, refere.

Pedro Cordeiro acrescenta que os ataques intensificaram-se desde que Israel matou, no Líbano, um dirigente do Hezbollah. O jornalista considera que tem agora de reunir forças de guerra para estar em casa e ao mesmo tempo no Líbano.

“É algo que se temia desde o início que pudesse acontecer, que era o Hezbollah tentar forçar Israel a abrir uma segunda frente de guerra, precisamente para enfraquecer, porque Israel tem poderio militar, mas quanto mais se estica a manta, digamos assim, mais há risco de alguma área ficar descoberta e será também esse o objetivo do Hezbollah”, conclui.