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Grupo de 21 doentes com cancro retirado de Gaza, entre os quais crianças

Ministério da Saúde diz que em Gaza há 10.200 casos de cancro, incluindo quase mil crianças, dos quais 250 “devem deixar Gaza imediatamente”.

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Vinte e um pacientes com cancro foram retirados da Faixa de Gaza para o Egito na quinta-feira, através do ponto de passagem israelita Kerem Shalom, disse à AFP uma fonte médica do Hospital Al-Arich, no Sinai egípcio.

“Serão transferidos para os Emirados Árabes Unidos para tratamento”, disse esta fonte, que pediu anonimato.

Esta é a primeira retirada de doentes desde que a passagem de Rafah, na fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egipto, foi encerrada no início de maio, depois de Israel assumir o controlo do lado palestiniano.

O Egipto e Israel culpam-se mutuamente pelo encerramento da passagem de Rafah. As autoridades egípcias recusam-se a gerir a passagem em coordenação com o lado israelita, preferindo a cooperação com as autoridades internacionais e palestinianas.

Desde então, a ajuda internacional tem entrado, em quantidades insuficientes, a partir de Kerem Shalom, não muito longe de Rafah, que se tornou a única passagem para a ajuda entrar no território ameaçado pela fome.

Mas, segundo fontes humanitárias, o número médio de camiões que entram no território palestiniano é inferior a 90 por dia, enquanto a ONU estima que seja necessário um mínimo diário de 500 camiões para satisfazer as necessidades básicas dos 2,4 milhões de habitantes da Faixa de Gaza.

O exército israelita disse que, em coordenação “com responsáveis ​​do governo norte-americano, do Egipto e da comunidade internacional” para “a passagem de 68 crianças doentes e feridas acompanhadas pelos seus familiares da Faixa de Gaza”.

"Mais de 10 mil doentes com cancro em Gaza"

Em declarações à AFP, um alto funcionário do Ministério da Saúde em Gaza, Mohammad Zakut, disse que quase 5.000 pessoas doentes foram retiradas desde o início da guerra, mas outras 25.000 "também precisam de tratamento no estrangeiro". Entre eles, há 10.200 casos de cancro, incluindo quase mil crianças, dos quais 250 “devem deixar Gaza imediatamente”.

A diretora regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o Mediterrâneo Oriental, Hanan Balkhy, saudou a decisão: “A notícia da evacuação médica de crianças gravemente doentes de Gaza, a primeira desde 7 de maio, é um passo bem-vindo”.

“Mas mais de 10 mil pacientes ainda precisam de cuidados médicos fora de Gaza”, sublinhou, apelando à abertura “urgente” de “corredores de evacuação” através de “todas as rotas possíveis”.