O partido de extrema-direita União Nacional (RN), de Marine Le Pen e seus aliados, está na frente na primeira volta das eleições legislativas francesas, com mais de 34% dos votos, de acordo as primeiras projeções.
Segundo Pedro Cordeiro, editor de Internacional do Jornal Expresso, "não será completamente impossível" que a extrema-direita consiga ter maioria absoluta em França.
"Não sei quão conseguirá aumentar a sua votação da primeira para a segunda volta, mas é possível que em alguns sítios o consiga", explicou ainda.
Jordan Bardella, líder do Reagrupamento Nacional, fez um novo apelo ao voto para o próximo domingo e ainda disse que quer tornar-se no próximo primeiro-ministro da Coabitação, "um termo utilizado em França para quando o Presidente da República e o Governo são de cores políticas diferentes", frisou Pedro Cordeiro. Apesar de já ter acontecido anteriormente no país, não deixa de ser uma "situação complexa".
O que estão a fazer os partidos para evitar a extrema-direita no poder?
Já há vários partidos que adotaram novas estratégias para barrar a extrema-direita, nomeadamente a Nova Frente Popular, que anunciou retirar candidatos.
Essa estratégia "não é novidade em França", disse o editor de Internacional do Jornal Expresso. "Os partidos tradições costumam desistir uns a favor dos outros para dificultar o caminho à extrema-direita".
"Neste caso, a Nova Frente Popular anunciou que fará isso onde ficou em terceiro lugar, por isso, desistirá a favor do campo presidencial", concluiu.
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A extrema-direita está nesta fase à frente da aliança de esquerda Nova Frente Popular, que segundo as sondagens à boca das urnas contará com um resultado entre 28,5% e 29,1%. A uma distância ainda maior está o partido do campo do Presidente Emmanuel Macron (20,5% a 21,5%).
A participação terá atingido entre 65,8% e 69%, o valor mais elevado numa primeira volta nas eleições legislativas desde 1981, um sinal do grande interesse que gerou entre os franceses.