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Eleições em França: os apelos de Macron, a estratégia para derrotar a extrema-direita e as desistências

Em França, a União Nacional está a tornar-se cada vez mais difícil de combater. Macron mantem os apelos à união contra a extrema-direita e já mais de 180 deputados terão aceitado desistir de concorrer à segunda volta das eleições que acontecem este domingo. A análise do jornalista da TSF e comentador SIC Ricardo Alexandre.

Macron no dia da tomada de posse para o 1º mandato em 2017
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Já em campanha para a segunda volta das eleições francesas, o partido de Macron e a esquerda tentam unir-se para derrotar a União Nacional. Do lado dos socialistas já se diz que esta é mais do que uma eleição legislativa. É, sim, um "um referendo à extrema-direita". Para Ricardo Alexandre, comentador SIC, existe uma dificuldade do centro e da esquerda em contrariar a tendência do partido de Marine Le Pen.

"Vai ser difícil evitar que a União Nacional consiga a maioria absoluta dos 289 deputados", referiu, ainda o jornalista da TSF, sublinhando a estratégia que os partidos estão a seguir para evitar a vitória da extrema-direita.

Até às 9 horas desta terça-feira (hora local), segundo o Le Monde, 190 deputados já terão desistido de concorrer às eleições para "darem o segundo lugar ao outro partido e evitar assim a vitória da União Nacional", explicou Ricardo Alexandre.

Por parte da coligação presidencial ocorreram, até agora, 64 desistências nesta fase, entre estas de três ministras, de acordo com os dados do jornal Le Monde. A lista de desistências pode evoluir até às 18:00 horas de terça-feira (17:00 de Lisboa), data limite para os candidatos qualificados decidirem se querem participar na segunda volta das eleições.

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Numa reunião com os membros do seu governo, ao meio-dia de segunda-feira, Emmanuel Macron não deu instruções claras para os candidatos se retirarem, de acordo com fontes ministeriais. Contudo, segundo um participante, o Presidente francês disse-lhes que "nem um voto" devia "ir para a extrema-direita", recordando que a esquerda se tinha mobilizado contra o RN em 2017 e em 2022, o que lhe permitiu ser eleito presidente duas vezes.

"Não nos podemos enganar. É a extrema-direita que está a caminho do mais alto cargo, mais ninguém", declarou o chefe de Estado.

- Com Lusa