As Ilhas Canárias têm recebido dezenas de migrantes por dia e as autoridades já duplicaram os centros de acolhimento. Entre estes migrantes estão adolescentes de 15 anos, que viajam sozinhos.
Quando Abdellatif Bouhlal desembarcou na ilha espanhola, estava sozinho e tinha apenas 15 anos. Passou três anos num centro de acolhimento para menores não acompanhados, mas quando chegou à maioridade teve de sair.
"Deixaram-me na rua como um cão. No dia que fiz 18 anos, deixaram-me na rua à tarde", recordou.
As autoridades demoram a fornecer os documentos de que necessita para poder trabalhar. Por isso, o marroquino agora dorme na rua e pede dinheiro para sobreviver.
"Quando tiver os documentos, espero encontrar um emprego e ganhar bem a vida. Não falo com a minha mãe há três anos e meio", lamentou.
Cerca de 19 mil migrantes, principalmente da África Ocidental, chegaram às Ilhas Canárias nos primeiros seis meses deste ano, um aumento de 167% em relação ao mesmo período do ano passado. As autoridades espanholas tiveram de duplicar o número de centros de acolhimento para fazer face à chegada de menores.