Na Convenção Republicana, Donald Trump foi recebido como um verdadeiro herói. A presença de Nikki Haley e de De Santis dão sinais de uma união do partido, mas mais que isso, considera Germano Almeida, "há um posicionamento por parte de eventuais sucessores republicanos mais novos para essa nomeação" republicana.
A ex-embaixadora norte-americana junto da ONU Nikki Haley concedeu na terça-feira "forte apoio" a Donald Trump, rival durante as primárias republicanas, e apelou "à unidade" e para o voto no magnata.
"Quem diria, olhando para o que Nikki Haley disse durante as primárias de Donald Trump (...) que era muito negativo para os Estados Unidos que Donald Trump voltasse" (...) e nas últimas horas o que é que diz? Diz que seria uma desgraça se Biden fosse Presidente num segundo mandato".
"É política e é, sobretudo, um cálculo de Nikki Haley a olhar para daqui a quatro anos porque sabemos que Trump se ganhar, já será o segundo mandato, sabemos que acontece acontecer em 2028. Já não vai haver Trump e há aqui um posicionamento na minha opinião por parte de eventuais sucessores republicanos mais novos para essa nomeação".
O Partido Republicano tem ganho força nos últimos dias, sobretudo depois do atentado contra Donald Trump. A Casa Branca avançou com uma investigação independente, outras estão a decorrer, nomeadamente na Câmara dos Representantes de maioria republicana, onde no próximo dia 22, Kimberly Cheatle, a diretora dos Serviços Secretos, vai responder aos congressistas.
"Não me parece sinceramente, com o passar do tempo, que esta vá ser uma questão crucial para a eleição, a questão da responsabilidade. Já a forma como Trump aproveitou o momento e conseguiu gerar em torno de si a empatia junto até de setores que até agora nunca olharam com empatia para Donald Trump, isso pode ter um valor político de facto".
Suspeitas sobre envolvimento do Irão na tentativa de assassinato de Trump
Os Estados Unidos receberam informações sobre uma conspiração do Irão para assassinar Donald Trump, acusação que o Irão nega.
"A base de sustentação dessa tese tem a ver com o facto de Donald Trump, quando era Presidente, no dia 3/01/2020, ter autorizado uma operação das forças americanas em território iraquiano para matar o general iraniano Soleimani, que era um dos principais nomes do regime iraniano, da Guarda Revolucionária Iraniana".
Houve reforço de segurança em torno de Trump no comício de sábado por causa destas indicações, "o que aumenta ainda mais a questão de, apesar desse reforço por causa das suspeitas iranianas", o atentado aconteceu.
"Fundamental é perceber que não há qualquer suspeita no sentido de que Thomas Matthew , o jovem de 20 anos que atirou contra Donald Trump, tivesse algum tipo de relação com os Iranianos".
Zelensky favorável a uma cimeira de paz com a Rússia
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, abriu pela primeira vez a porta às conversações com a Rússia, dizendo na segunda-feira que era a favor da presença de Moscovo numa futura cimeira de paz.
Para Germano Almeida, "parece mais algum desespero de calendário por parte de Zelensky, porque, infelizmente sabe demasiado bem o que é que o espera. A confirmar-se o favoritismo republicano nas nas eleições americanas e olhando para os sinais do novo número 2 de Trump, JD Vance, que teve uma entrevista muito preocupante logo depois da sua escolha ao dizer que não percebe porque é que a administração Biden deu 200000 milhões de dólares de apoio à Ucrânia, portanto, para ele não era importante defender a Ucrânia perante a agressão russa".
"Perante isso e perante esse risco, até novembro [Zelensky], quer mostrar que tem uma solução mais sustentável que aquilo que o espera, que é uma nova administração americana que, certamente em articulação com o próprio Putin, com Orban e com outros, vai impor à Ucrânia algo bem pior, que é uma cedência território a troco de uma suposta paz".