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Não foi só a comitiva de Bugalho: Venezuela barra entrada a vários observadores

A horas do mundo saber quem será o próximo presidente da Venezuela, o país quer mostrar que está tudo pronto para o domingo eleitoral. No entanto, Nicolas Maduro continua a proibir a entrada de observadores na Venezuela.

Nicolas Maduro
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Primeiro, ainda em maio, o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela retirou o convite a uma missão de observação da União Europeia. Depois, dois senadores chilenos que tinham sido chamados pelo candidato da oposição foram proibidos de entrar. O mais recente episódio envolve o eurodeputado português Sebastião Bugalho, que estava na delegação do Partido Popular Europeu expulsa do país.

A delegação portuguesa do PSD diz que se trata de um ato injustificado e arbitrário das autoridades venezuelanas. Sebastião Bugalho afirma estar "ofendido, magoado e preocupado com o que possa acontecer na Venezuela".

A proibição de entrar no país por estes dias terá sido imposta ainda a um grupo de ex-presidentes e deputados da América latina que integram a Iniciativa Democrática de Espanha e das Américas, um grupo de dirigentes de direita.

Nicolas Maduro autorizou, no entanto, a visita de observadores que já chegaram ao país, por exemplo especialistas das Nações Unidas e representantes da organização fundada pelo ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter.

20 milhões vão às urnas no domingo

Cabe a mais de 20 milhões de eleitores escolher se o Partido Socialista Unido da Venezuela continua a somar anos aos 25 que já tem no poder, ou se Edmundo Gonzalez fica para a história como o rosto da mudança - apoiado por María Corina Machado, proibida de exercer cargos públicos durante 15 anos.

Aconteça o que acontecer, o Governo português garante atenção máxima aos mais de 200 mil cidadãos portugueses inscritos nos Consulados Gerais de Caracas e Valência.

Durante a campanha eleitoral cerca de uma centena de opositores foram presos, segundo organizações de direitos humanos.

Nas próximas horas será conhecido o líder de um país onde, de acordo com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, e só este ano, a economia crescerá mais de 4%, mas a inflação rondará os 50% numa sociedade em que o salário mínimo ronda os 100 euros mensais.