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Troca de prisioneiros entre Moscovo e Ocidente é a maior desde a Guerra Fria

A Rússia e vários países do ocidente aceitaram trocar 24 presos. Esta troca de prisioneiros, que foi negociada em segredo durante mais de um ano, é já considerada como a maior entre Moscovo e as capitais ocidentais na era pós-soviética.

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É considerada a maior troca de prisioneiros civis entre Moscovo e o Ocidente desde a Guerra Fria. O acordo, que envolveu 24 prisioneiros, foi negociado em segredo durante mais de um ano.

Passava pouco da meia-noite, na base militar de Andrews, nas proximidades de Washington, quando o antigo fuzileiro Paul Whelan saiu do avião. Whelan foi preso em Moscovo em 2018 e condenado a 16 anos de prisão por espionagem.

Logo a seguir o jornalista Evan Gershkovich, correspondente do Wall Street Journal, e a jornalista Alsu Kurmasheva da Radio Free Europe de dupla nacionalidade, russa e americana. Ambos foram detidos em 2023 e condenados em julgamentos feitos à porta fechada.

“Falei a sério no que disse. As alianças fazem a diferença. Estiveram à altura e arriscaram-se por nós. Foi muito importante. Estamos muito felizes por estarem em casa”, disse o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

Horas antes, Joe Biden tinha recebido na Casa Branca as famílias dos prisioneiros agora libertados. Um momento que antecipou o encontro das famílias.

Neste caso um telefonema a Vladimir Kara-Murza. Político da oposição, cidadão Russo-Britânico, condenado a 25 anos de prisão por "traição" e divulgação de "informações falsas" sobre a agressão militar russa à Ucrânia.

“Não há palavras que exprimem isto. Estava certo de que morreria na prisão. Não acredito no que está a acontecer. Acho que ainda estou a dormir na minha cela na prisão em Omsk, e não a ouvir a vossa voz. Mas eu só queria que soubessem que fizeram uma coisa maravilhosa ao salvarem tanta gente. Acho que somos 16 no avião. Repito, nem acredito que isto está a acontecer.”

Ao todo 16 prisioneiros foram libertados da Rússia. Oito foram enviados do ocidente para Moscovo e recebidos por Vladimir Putin.

A Rússia deixou claro que queria garantir a libertação do assassino Vadim Krasikov que cumpria pena de prisão perpétua na Alemanha por ter assassinado a tiro um homem num parque de Berlim por alegada ordem direta do Kremlin.

“Antes de mais, gostaria de saudar todos os que regressam à pátria. Gostaria de me dirigir àqueles de entre vós que têm uma relação direta com o serviço militar. Gostaria de vos agradecer a vossa lealdade ao juramento, a devoção ao vosso dever e à vossa pátria, que não vos esqueceu nem por um minuto e agora estão em casa”, disse Vladimir Putin, presidente da Rússia.

Vladimir Putin acrescenta que vão ser premiados. Esta troca de prisioneiros é já considerada como a maior entre Moscovo e as capitais ocidentais na era pós-soviética.