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Milhares nas ruas da Venezuela, uns contra alegada fraude nas eleições, outros a favor de Maduro

Os resultados foram reiterados, na sexta-feira, pelo Conselho Nacional Eleitoral. Vitória de Maduro com 52% dos votos contra os 43% obtidos por Edmundo Gonzalez. A Venezuela está em alerta por causa da contestação deste fim de semana.

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É um sábado marcado por grandes manifestações na Venezuela. Milhares estão nas ruas. Uns protestam contra a alegada fraude eleitoral, outros a favor de Nicolas Maduro, o anunciado vencedor das eleições presidenciais. A Venezuela está em alerta por causa da contestação deste fim de semana.

Tinha escrito num artigo no jornal "The Wall Street Journal" que estava escondida e temia pela vida. No entanto, Maria Corina Machado, líder da oposição, apareceu na manifestação que a própria anunciou nas redes sociais.

Chegou à manifestação de rejeição dos resultados oficiais das presidenciais transportada por um camião, acompanhada de dirigentes de partidos da oposição que compõem a maior coligação anti-regime: a Plataforma Unitária Democrática (PUD).

É tempo de medir forças através do apoio popular nas ruas da Venezuela. Maria Corina Machado pediu mobilização para exigir transparência no resultado eleitoral e defender a alegada vitória de Edmundo González.

A manifestação começou em Caracas com normalidade e sem incidentes dignos de registo, apesar da grande afluência de pessoas, tanto a pé como de motas.

Esta é a segunda grande manifestação organizada pela oposição maioritária, que afirma que o seu candidato presidencial, Edmundo González Urrutia, ganhou as eleições por uma larga margem, apoiando a sua afirmação em 80% dos boletins de voto que afirma ter na sua posse e que colocou no seu portal na Internet.

Chavistas marcham em apoio à reeleição de Maduro

Milhares de chavistas manifestaram-se este sábado em Caracas "em defesa da paz" e apoio à anunciada reeleição de Nicolás Maduro como Presidente da Venezuela.

Dezenas de automobilistas percorreram vários quilómetros na zona leste da capital venezuelana buzinando em apoio a Maduro e para rejeitar o que o chavismo e as autoridades governamentais consideram uma tentativa de golpe de Estado, aludindo às alegações de fraude eleitoral por parte da maior coligação da oposição, a Plataforma Unitária Democrática (PUD).

Centenas de chavistas também se reuniram em pelo menos dois pontos da cidade para caminhar até uma área próxima do palácio presidencial de Miraflores, sem confirmação da presença de Maduro no final da iniciativa.

Resultados das eleições

Nicolás Maduro convoca os apoiantes do Partido Socialista Unido da Venezuela para mostrar que, pelo menos, essa parte do país aceita os resultados anunciados.

Os resultados foram reiterados, na sexta-feira, pelo Conselho Nacional Eleitoral. Vitória de Maduro com 52% dos votos contra os 43% obtidos por Edmundo Gonzalez.

Noutra frente, o Supremo Tribunal de Justiça iniciou a auditoria ao processo eleitoral pedido pelo Presidente.

Os 10 candidatos presidenciais foram chamados à sede do supremo. O líder da oposição deixou a cadeira vazia.

Escalada de violência

A oposição quer a divulgação transparente, pública e verificável dos resultados eleitorais e diz temer ser obrigada a entregar as atas a que teve acesso porque, defende a oposição, ao fazê-lo pode perder o que diz serem as provas de que Edmundo Gonzalez ganhou e não Maduro.

A entrega das atas da votação e o começo de uma negociação entre Nicolas Maduro e Edmundo González sem Maria Corina Machado é o plano desenhado pelos três países da América Latina que ainda não vieram a público colocar-se do lado de Maduro, mas também não disseram que a vitória eleitoral é da oposição.

Colômbia, México e Brasil garantem que é preciso travar a escalada de violência.

O secretário de Estado norte-americano Antony Blinken falou, entretanto, ao telefone com Edmund Gonzaléz.

Da Amnistia Internacional e de outras organizações chegou, esta semana, um comunicado a condenar as ações repressivas a mando de Nicolas Maduro contra os manifestantes na Venezuela. Exigem o respeito e a garantia do direito à liberdade de expressão, reunião e protesto pacífico.

Maduro diz que quem é preso é delinquente e que há ameaças de atentados, por exemplo, para este sábado.