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Eurovisão: Justiça incapaz de provar crime de artista dos Países Baixos

Joost Klein estava a ser investigado por alegado comportamento violento contra uma funcionária da Eurovisão. Agora, sai sem qualquer acusação contra ele. Os Países Baixos querem, por isso, que a desqualificação do artista seja revertida. Mas a organização do festival não está sensível ao argumento.

Eurovisão: Justiça incapaz de provar crime de artista dos Países Baixos
BSR Agency/Getty Images

A Suécia encerrou a investigação ao concorrente da Eurovisão que foi expulso da competição, este ano, por alegada violência contra um funcionário do festival. As autoridades dizem não ter conseguido provar que o artista dos Países Baixos, Joost Klein, tenha cometido algum crime.

O cantor que representava os Países Baixos no Festival Eurovisão da Canção foi desqualificado por alegadamente ter tido um comportamento ameaçador contra uma operadora de câmara. Joost Klein ficou impedido de atuar na final da Eurovisão, a 11 de maio, que decorria em Malmo, na Suécia.

Agora, as autoridades suecas anunciaram que chegaram à conclusão de que Joost Klein fez “um movimento que atingiu a câmara de vídeo da mulher”, mas que os acontecimentos foram “demasiado rápidos e percecionados de forma diferente pelas testemunhas do incidente”.

“Fechámos a investigação porque não conseguimos provar que o ato foi capaz de provocar real medo ou que o homem tinha essa intenção”, afirmou o procurador Fredrik Jönsson, em declarações citadas pelo The Guardian.

Em reação à decisão judicial, o agente do artista afirmou que nunca houve motivo para a abertura da investigação.

“Estamos incrivelmente felizes e aliviados que este período de incerteza tenha chegado ao fim. Finalmente, podemos dizê-lo em voz alta: nunca houve uma razão para este caso”, declarou o representante de Joost Klein.

A Avrotros, emissora responsável pela participação dos Países Baixos na Eurovisão, declarou-se, na altura, “chocada” com a exclusão do artista da competição, falando numa sanção “desproporcional”. Alegou que o artista tinha sido filmado diretamente à saída do palco, algo que ia contra o que estava acordado e as indicações dadas pelo próprio, que não queria ser filmado.

Países Baixos querem reverter desqualificação, mas Eurovisão rejeita

Em reação à decisão agora anunciada, a emissora referiu estar “profundamente desapontada” com a desqualificação do artista do país e afirmou que planeia reunir com a European Broadcasting Union, a organizadora da Eurovisão, para discutir o assunto.

Não deverá ter muita sorte, contudo, uma vez que a European Broadcasting Union já veio sublinhar que vai manter a decisão de desqualificar o concorrente.

A organização do Festival Eurovisão da Canção alega que a investigação que estava em curso era apenas para apurar se tinha existido crime, e que, mesmo não existindo, o comportamento do artista não deixa de ter sido inapropriado e em desrespeito pelas regras da Eurovisão.

“Este novo desenvolvimento não tem qualquer impacto na nossa decisão, que mantemos integralmente”, insistiu a European Broadcasting Union.

A edição deste ano do Festival Eurovisão da Canção - que foi vencida pela Suíça, com a canção “The Code”, interpretada por Nemo – esteve ainda envolta noutras polémicas. Houve também protestos contra a participação de Israel no concurso, apesar da agressão em Gaza, mediante a guerra em curso no Médio Oriente. Joost Klein esteve entre os artistas que manifestaram descontentamento com a inclusão de Israel na competição.