Numa altura em que a incursão ucraniana na Rússia avança, o Presidente da Bielorrússia apelou ao início das negociações de paz entre a Ucrânia e a Rússia. Alexander Lukashenko considera que apenas os altos quadros norte-americanos querem que a guerra continue. O Presidente bielorusso diz ainda que o Ocidente está a encorajar Kiev a lutar porque quer que os dois países se destruam mutuamente. Vitaliy Venislavskyy realça que a Ucrânia é perfeitamente capaz de organizar esta operação sem a ajuda do Ocidente ou da NATO.
"Acredito plenamente que sem o Ocidente, a Ucrânia foi capaz de organizar esta operação e digo mais, já não é a primeira vez que a Ucrânia consegue, sem o Ocidente, organizar boas operações militares que humilham no fundo o comando militar russo. Relembro que há dois anos a contraofensiva em Kharkiv foi também organizada sem a intervenção do Ocidente, aliás, pelo próprio general Alexander Sky, que na altura comandou uma contraofensiva genial", realça.
Questionado sobre se esta incursão militar ucraniana constitui uma das maiores humilhações de sempre para Putin, o especialista explica que está é fundamentalmente uma humilhação para o comando militar russo.
"Nunca se criticou as ambições políticas, mas sempre se criticou a corrupção no exército russo e, por isso, é que as diferentes mediações das diferentes derrotas que a Rússia foi sofrendo ao longo da sua história militar sempre foram atribuídas ao comando militar e não ao comando político. Esta especificidade é muito importante para compreender se Putin está ou não está a ser humilhado. De facto, o comando militar russo, atualmente com esta incursão, está a ser ainda mais criticado", explica Vitaliy Venislavskyy.
Sobre a situação no Médio Oriente, os EUA falam num arranque promissor das negociações para um cessar-fogo em Gaza, quando o resto do mundo deposita pouca esperança nesta nova ronda negocial.
“Apesar do mundo olhar com pouca esperança para a ronda negocial, creio que movimentações diplomáticas são sempre melhores do que bocas de fogo a falar, ou seja, são sempre melhores do que haver guerra e do que não haver sequer uma perspetiva de de paz”, sublinha o especialista em História Militar.