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“Era a minha única esperança”: mãe de jovem raptado na Argentina desespera com fuga de recluso de Vale de Judeus

Pompeya Gómez afirma que Rodolfo Lohrmann seria uma das únicas pessoas que sabiam o que aconteceu ao seu filho, que foi raptado há 21 anos. Esperava ansiosamente a extradição do criminoso para a Argentina.

“Era a minha única esperança”: mãe de jovem raptado na Argentina desespera com fuga de recluso de Vale de Judeus
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Foi a 21 de setembro de 2003. Cristian Schaerer, um jovem com, na altura, 21 anos, foi raptado. Desapareceu da região argentina de Corrientes. Os únicos que saberão aquilo que lhe terá acontecido são Rodolfo Lohrmann - um dos cinco reclusos que protagonizaram a fuga da cadeia de Vale de Judeus, no último sábado - e o companheiro de crime deste, Horacio Maidana, também conhecido como “El Potrillo”. 

Com a fuga de Lohrmann da prisão em Alcoentre, Pompeya Gómez, a mãe do jovem argentino, diz agora ter perdido a única hipótese que tinha de descobrir o que acontecera ao filho. 

A notícia da fuga foi-lhe dada pela ministra argentina da Segurança Nacional, Patricia Bullrich, através de uma chamada telefónica. 

Extradição esperada há muito

Pompeya Gómez conta que esperava que o criminoso fosse extraditado e revelasse se tinha sido ele a matá-lo e onde está o corpo de Cristian Schaerer. 

“Não consigo parar de chorar. Lohrmann era a minha única esperança de descobrir o que fizeram com Cristian. Dentro de poucos dias, completam-se 21 anos desde o rapto e isto está a acontecer, não posso acreditar”, desabafou, em declarações ao Clarín, órgão de comunicação social argentino. 

Uma extradição esperada, além de pela família, pelos procuradores de justiça federais, que, de acordo com o Clarín, já se tinham deslocado a Portugal para recolher depoimentos do criminoso, na esperança de resolver o caso. 

Quem é Rodolfo Lohrmann?

Rodolfo Lohrmann, de 59 anos, é um dos criminosos mais procurados na Argentina, tendo já tinha fugido de outra prisão na Bulgária. 

Andou em fuga durante 13 anos, tendo sido encontrado em Portugal com uma identidade falsa. As impressões digitais denunciaram-no, depois de um assalto a uma joalharia em Aveiro. 

Foi condenado, em 2018, a 18 anos e 10 meses por crimes de associação criminosa, furto, roubo e branqueamento de capitais.