O Papa teve, esta terça-feira, em Timor-Leste, o ponto alto da visita ao país, ao celebrar uma missa para centenas de milhares de pessoas. Francisco esteve com os tantos que se juntaram para ouvi-lo no mesmo localonde João Paulo II esteve há 35 anos.
Do centro de Dili até ao recinto de Tasi Tolu, nos subúrbios da capital, vão cerca de10 quilómetros de distância.Os milhares que se encaminham para ver o Papa seguem a pé, uma vez não há transportes e a estrada só está aberta para quem faz parte da comitiva.Levam chapéus com as cores do vaticano, que costumam ser usados para proteger da chuva - mas não com o sol abrasador sentido neste dia.
A mancha humana a perder de vista é apenas uma gota no oceano de gente que se junta para a missa campal, que tem lugar no mesmo recinto onde, há 35 anos, João Paulo II também esteve. Há cinco meses que Timor-Leste se prepara para este dia.
As garrafas de água que chegam à multidão evaporam-se num instante. De quando em vez, alguém é levado, porque não aguentou o tanto que a longa espera pede. Junto a uma das tendas de emergência, é colocada uma piscina, para quem precisar de afundar o calor.
A “benção” para o povo timorense
A missa só começa às 16h00, mas há quem tenha chegado as 4h00.
“Nós queremos ver o papa!”, diz Rosa Monteiro Guterres, uma entre os muitos timorenses que chegaram ao local logo pela madrugada.
O Papa Francisco chega ao recinto, para alívio e satisfação dos cerca de 600 mil que o Vaticano diz estarem em Tasi Tolu. É praticamente quase metade da população do país.
A ligação entre os timorenses e a Igreja Católica é profunda. Fernando Aleixo, outro dos timorenses aqui presentes, diz que o povo do país “precisa da benção” de Francisco, porque já “sofreu muito”.
Há 35 anos, a mensagem de João Paulo IIpermitiu manter forte a chama da resistência, mas agora, mesmo sem guerra, a fé dos timorenses parece permanecer inabalável.