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Análise

"Ofensiva no Líbano arrisca-se a ser mais uma guerra longa em que Israel está metido"

Germano Almeida analisa a atualidade internacional, com destaque para o recente ataque israelita no centro de Beirute, capital do Líbano, e para o périplo de Zelensky pela Europa para apresentar um "plano de vitória" que diz ter as condições justas para acabar com a guerra na Ucrânia.

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Pelo menos 22 pessoas morreram e mais de 100 ficaram feridas num ataque de Israel no centro de Beirute. A informação foi confirmada pelo Governo libanês, o alvo terá sido uma figura importante do Hezbollah. Para Germano Almeida, “esta guerra que já vai na segunda semana arrisca-se a ser mais uma guerra longa em que Israel está metido”.

Nos últimos dias têm sido registados vários bombardeamentos nos subúrbios da Beirute, mas desta vez os ataques foram dirigidos a uma zona central, residencial e sem aviso prévio.

“É uma estratégia que já percebemos que Israel não vai abdicar, mas claramente põe Israel numa situação quase de isolamento internacional, porque mesmo os Estados Unidos que reconhecem o direito de Israel de eliminar a ameaça do Hezbollah no Sul do Líbano, vão avisando perante estas situações que não é comportável este número elevado de vítimas”.

O comentador da SIC sublinha que estas ações de Israel lembram o início da ofensiva em Gaza e que “aparentemente esta guerra que já vai na segunda semana e arrisca-se a ser mais uma guerra longa em que Israel está metido. Recordo que em 2006 demorou 34 dias e nesses 34 dias houve metade das vítimas mortais do que agora houve em 2 semanas. Esta arrisca-se a ser bem maior e as ações em Beirute, na capital, mostram que infelizmente as ações de Israel na guerra no Líbano estarão muito para lá do que é a parte sul”.

Périplo de Zelensky pela Europa

O Presidente ucraniano tem estado a realizar um périplo pela Europa para conseguir mais apoios para a guerra contra a Rússia. Volodymyr Zelensky pretende alcançar uma estratégia concertada para consumar o seu “plano de vitória” que diz ter as condições justas para acabar com a guerra na Ucrânia.

Germano Almeida adianta quatro pontos fundamentais já conhecidos sobre este plano:

Primeiro não ceder território em nenhuma circunstância, segundo ter a capacidade de poder usar armas ocidentais em profundidade em território russo, deste que isso significa atingir alvos militares para minimizar a capacidade da Rússia continuar a agressão na Ucrânia, terceiro, manter o direito de entrar em situações como a União Europeia ou a NATO, e quarto ter uma capacidade e uma posição geopolítica e geoestratégica, capaz de evitar que a Rússia tente nova agressão mais tarde, ou seja, ter garantias de segurança”.

O comentador da SIC explica que Zelensky recebeu de França, Alemanha, Itália e Reino Unido garantias de continuação de apoio: “Por parte de Starmer, mais sistemas AS 90 de artilharia britânicos, por parte de Macron os caças Mirage franceses a partir de 2025 e Macron adiantou também que a França vai acolher na próxima quinta-feira, dia 17 de Outubro, uma grande conferência internacional sobre segurança nuclear, que tinha saído da Cimeira da Paz”.

Esta sexta-feira, o Presidente da Ucrânia está no Vaticano e vai reunir-se com o Papa Francisco.