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Venezuela mantém menores detidos depois das eleições: mães desesperam com a situação

Três meses depois dos protestos contra o resultado das eleições, o Estado venezuelano mantém ainda centenas de pessoas detidas. Entre os presos políticos estarão pelo menos 70 menores.

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Há meses que Dennys Benitez e Maria Tovar partilham a mesma luta: a de acabar com o vazio criado pela detenção dos filhos menores, depois dos protestos contra o resultado das eleições na Venezuela.

"Passo o meu tempo fechada em casa a chorar, a pedir a Deus para que meu filho seja libertado", confessa Dennys Benitez. “Só peço ao Presidente que tenha compaixão e que reconsidere o caso das crianças", implora Maria Tovar.

Os dois menores estão entre as quase 2.000 pessoas que foram detidas só nos últimos três meses. Em causa está a participação nos protestos pró-democracia e contra Nicolas Maduro.

Na ultima visita à prisão, Maria Tovar, mãe de um jovem de 15 anos, saiu abalada com uma terrível revelação: o filho tinha tentado o suicídio.

“Ele disse-me ”mãe, eu não vou aguentar aqui 10 anos"."

De acordo com um grupo de direitos humanos do estado venezuelano de Carabobo, haverá nesta altura cerca de 70 menores detidos no país, que são acusados de terrorismo e incitamento ao ódio, podendo cumprir penas de até 30 anos de prisão.