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Alerta aurora boreal: noite de sábado promete novo espetáculo de luzes nos céus

Uma explosão solar registada a 24 de outubro poderá desencadear auroras boreais que poderão ser vistas até à Europa Central - e talvez em Portugal.

Alerta aurora boreal: noite de sábado promete novo espetáculo de luzes nos céus

Uma forte explosão solar do Ciclo Solar 25 foi registada a 24 de outubro, após uma nova erupção da mancha solar AR3869. A NASA classificou a explosão como X3.3 numa escala que vai até X10.

Os meteorologistas da agência norte-americana NOAA estão por isso a prever uma tempestade geomagnética de classe G1 no dia 26 de outubro, quando se espera que uma ejeções de massa coronal (Coronal Mass Ejections-CME) roce o campo magnético terrestre.

"Não se dirige diretamente para o nosso planeta, mas mesmo um golpe de raspão desta potente CME poderá desencadear auroras brilhantes a latitudes elevadas", explica o site SpaceWeather.com.

O Sol é monitorizada em permanência pelo Observatório de Dinâmica Solar da NASA.

As explosões solares são eventos energéticos extremamente intensos que podem perturbar as comunicações de rádio, afetar redes elétricas, interferir com sinais de navegação e representa riscos para satélites e astronautas. No entanto, também estão associadas à formação de auroras boreais, as espetaculares luzes coloridas que iluminam os céus do norte.

Devido às condições de tempestade geomagnética, prevê-se que as auroras possam ser visíveis em latitudes médias, por volta dos 50° Norte. Na Europa, há a possibilidade de serem vistas em países como o Reino Unido, Bélgica e até em partes de França entre 26 e 27 de outubro.

Sol atingiu pico de atividade

A 15 de outubro a NASA anunciou que o Sol atingiu o período solar máximo do Ciclo 25.

"O ciclo solar é o ciclo natural do Sol à medida que faz a transição entre a baixa e a alta atividade. Aproximadamente a cada 11 anos, no auge do ciclo solar, os polos magnéticos do Sol mudam – na Terra, seria como se os polos Norte e Sul trocassem de lugar a cada década – e o Sol passa de uma atividade lenta a ativa e tempestuosa", explica a NASA.

Durante o máximo solar, o Sol pode desencadear imensas explosões de luz, energia e radiação solar que criam o chamado clima espacial, que vai afetar os satélites e astronautas no espaço, bem como sistemas de comunicação – como rádio e GPS – e redes elétricas na Terra. Quando o Sol está mais ativo, os eventos climáticos espaciais tornam-se mais frequentes. A atividade solar, como a tempestade de maio de 2024, levou a um aumento da visibilidade da aurora e a impactos nos satélites e nas infraestruturas nos últimos meses.

Erupções solares

A coroa é a atmosfera externa do Sol que tem uma temperatura de milhares de graus centígrados. Tem uma natureza dinâmica, como é o caso de erupções ou ejeções de massa coronal.

O gás, conhecido como plasma, está em constante movimento, movido e acelerado pelas alterações do campo magnético do Sol. Os arcos de plasma brilhante são mantidos no mesmo lugar por laços de magnetismo que irromperam do interior do Sol em direção à coroa.

O Sol lança um vento solar de partículas que atravessa o Sistema Solar - responsáveis pelas bonitas auroras boreais na Terra. Sabe-se que tem origem na coroa, mas como acontece precisamente ainda não é conhecido e investigar esse fenómeno é um dos principais objetivos científicos da sonda Solar Orbiter, colaboração internacional entre a ESA e a NASA, operada pela ESA.

O Sol está atualmente a aumentar a atividade para um pico, conhecido como máximo solar, que será atingido em 2025.