Milhares saíram às ruas de Seul em protesto. A Coreia do Sul está mergulhada numa crise política, depois da lei marcial em vigor por algumas horas. O presidente foi obrigado a revogar a medida pouco depois de a ter decretado.
Nas ruas, manifestações nos gabinetes, demissões no parlamento e votações. Em cerca de 24 horas, a vida política da Coreia do sul viveu várias reviravoltas. Uma das mais recentes foi o anúncio de uma moção de destituição do presidente.
O ministro da defesa, bem como vários altos conselheiros do chefe de Estado que é também chefe do governo, num regime que é presidencialista, já apresentaram a demissão.
A votação no parlamento para levantar a lei marcial tinha ocorrido durante a madrugada no meio de um sobressalto cívico, social e político, com o exército a rodear o edifício, enquanto os deputados entravam, muitos deles através de portas secundárias, e a população saia para as ruas.
No país intensificou-se o clima de guerrilha política já existente entre o parlamento, cuja maioria de esquerda não apoia o chefe de Estado e o presidente com simpatias por Donald Trump, e que acusa os deputados de bloquearem a aprovação do orçamento e com isso colocarem o pais em perigo, e nas mãos dos vizinhos comunistas da Coreia do Norte.
Yoon Suk-yeol decretou na terça-feira a lei marcial para "eliminar os elementos hostis ao Estado" e "proteger a Coreia do Sul liberal das ameaças colocadas pelas forças comunistas norte-coreanas".
O parlamento aprovou em seguida uma resolução a anular a decisão presidencial e Yoon, que foi criticado pelo seu próprio partido, levantou a lei marcial seis horas depois de a ter decretado.