Tiveram lugar este sábado as cerimónias fúnebres de Karim Aga Khan. O líder mundial da comunidade ismaili foi homenageado por familiares e convidados de Portugal e do mundo que quiseram prestar um último tributo a uma figura que to reconhecem ter sido um homem de paz.
O futuro tem destas coisas: enlevar o passado para dele se despedir, sem realmente se depedir dele. Já a verdade supera as frases feitas, e a verdade é que na manhã de um sábado cinzento a comunidade ismaili despediu-se daquele que foi, durante quase sete décadas, o seu líder espiritual. O seu legado é transversal a línguas e geografias.
Além de líder espiritual de uma comunidade espalhada pelo mundo, o príncipe Aga Khan IV foi também um líder político, no que de político encerra e revela a diplomacia. Figura próxima dos grandes dirigentes mundiais das últimas décadas, é natural que a sua qualidade enquanto diplomata seja invocada pelo chefe da diplomacia.
Invocar um passado de paz em tempos de guerra mais não significa que exaltar o pacificador, mantê-lo longe da mediania.O príncipe Aga Khan nunca foi mediano, antes um fiel seguidor dos seus próprios ensinamentos, que decidiu passar ao invés de impôr.
Lisboa foi a cidade escolhida para sede mundial da comunidade ismaili. A decisão formalizada em 2015 foi lembrada pelo edil da capital 10 anos depois.
Na próxima terça-feira, o passado será oficialmente futuro. No Palacete Henrique de Mendonça, a comunidade ismaili de todo o mundo assistirá à entronização ou investidura do Príncipe Rahim Aga Khan. Sucessor por vontade testamentária e hereditária do pai, torna-se o Aga Khan V e o 50º Iman de uma história com 1400 anos.