A guerra verbal com o Presidente da Ucrânia é o mais recente exemplo da turbulência provocada pelo primeiro mês do segundo mandato de Donald Trump na Casa Branca, que esta quinta-feira se completa. O ritmo de medidas tem sido torrencial, principalmente sobre imigração, tarifas e corte de custos. Um mês também muito fértil em declarações do Presidente dos EUA que os factos desmentem.
Passou um mês desde que aconteceu o juramento, mas logo no primeiro dia surgiram os sinais de alerta, com o perdão total para os que passaram aos atos, no Capitólio, após as palavras de Trump que, em 2021, se recusou a aceitar a derrota nas eleições de 2020.
Deportações em massa e desalinhamento com Biden (e com a realidade)
Antes usada para acusados de terrorismo, a base de Guantánamo, em Cuba, recebe agora migrantes. Trump faz uso de poderes especiais pensados para invasões territoriais para deportar.
Canadá, Gronelândia e Panamá passaram a estar na mira dos EUA, onde não está descartada - pelos menos nas palavras - uma intervenção militar.
Nas guerras já existentes, alinha totalmente com Israel e sugere a deslocação da população de Gaza. Na Ucrânia, inverte a posição norte-americana: de “assassino”, para Biden, Vladimir Putin passa a aliado e Zelensky “um ditador”. Velhos aliados, como a União Europeia ou o Reino Unido, parecem agora adversários.
Um recorde de ordens executivas
Na frente interna colocou o homem mais rico do mundo, que não foi sujeito a eleições, Elon Musk, à frente dos despedimentos massivos nos organismos do Estado.
Cortou a ajuda internacional - nomeadamente a toda o continente africano -, encerrou programas de inclusão de minorias, levantou a proibição das palhinhas de plástico… Parecem medidas menores, mas obedecem a uma velha-nova forma de ver o mundo pelo pais mais poderoso do planeta.