A conversa telefónica entre Vladimir Putin e Donald Trump, que durou uma hora e meia, voltou a mostrar que a paz ou sequer um cessar-fogo na guerra da Ucrânia continuam fora do horizonte. O tom e o conteúdo do comunicado que o Presidente norte-americano publicou após a chamada levantam dúvidas sobre quem, afinal, beneficia com este contacto. Para o comentador da SIC Luís Ribeiro, as vantagens parecem estar todas do lado russo.
“A primeira coisa que gostava de sublinhar é a forma do comunicado. Não tem uma daquelas que é a imagem de marca de Donald Trump: as maiúsculas. Está muito bem escrito, muito limpinho, muito sóbrio. É exatamente aquilo que não é a linguagem habitual de Donald Trump".
Luís Ribeiro destaca que algumas frases poderiam ter sido ditas pelo Kremlin e lembra que Trump até pediu ao Congresso que não aprovasse novas sanções contra a Rússia.
Outro ponto central da conversa foi o Irão. Putin ofereceu-se para mediar negociações sobre o programa nuclear iraniano: “Putin oferecer-se como mediador desinteressado só pode ser uma piada”, considera Luís Ribeiro, uma vez que interessa à Rússia manter o Irão isolado e dependente e evitar tanto um acordo como um colapso do regime iraniano.
"Putin quer apenas arrastar as negociações, quer manter o status quo, é isso que Putin quer no Irão.
Estes e outros temas em análise no habitual explicador do Jornal do Dia, por volta das 13:45.