Marrocos, Argélia e Tunísia, daqui para Espanha, é assim que buscam muitas vezes uma vida melhor. Na vila de Torre Pacheco, palco de violência perpetuada por grupos organizados de extrema-direita nos últimos dias, 30% da população dos quase 42 mil habitantes é de origem magrebina.
A vila, localizada na região de Múrcia, é conhecida pela agricultura industrial próspera e exporta para a Europa toneladas de produtos hortícolas diariamente. Um trabalho duro, que os espanhóis não querem fazer.
Determinados em ganhar dinheiro e alheios à "caça ao imigrante", garantem ser diferentes do cidadão de origem marroquina que agrediu um reformado espanhol na passada quarta-feira e exigem, tal como os espanhóis, justiça.
Agora, podem ser futuros alvos dos grupos racistas e xenófobos que se deslocam de Valência, Madrid, Alicante e Almeria com o objetivo de perseguir cidadãos estrangeiros com base no aspeto ou na língua.
Uma discriminação baseada no ódio, distante das práticas magrebinas. A mão de obra imigrante já valeu à zona espanhola o título de região com um dos PIB mais altos de todo o país e é, ao mesmo tempo, uma segunda oportunidade para muitas comunidades.