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Comissão Europeia quer criar centro europeu de combate a incêndios

Ursula von der Leyen defende que o Mecanismo de Proteção Civil Europeu faz diferença no combate aos incêndios. "Temos de nos dotar dos instrumentos necessários para reagir", diz a presidente da Comissão Europeia, recordando que este verão mais de um milhão de hectares foram queimados.

Ursula von der Leyen
Ursula von der Leyen
Pascal Bastien

A Comissão Europeia quer criar um centro europeu de combate a incêndios, com sede em Chipre, que poderá também apoiar os vizinhos regionais da União Europeia (UE), anunciou esta quarta-feira a presidente da Comissão Europeia.

No seu discurso do Estado da União, perante o Parlamento Europeu (PE), em Estrasburgo (França), Ursula von der Leyen evocou os fogos florestais deste verão, nos quais "mais de um milhão de hectares foram queimados, uma área que corresponde a cerca de um terço do tamanho da Bélgica".

"Temos de nos dotar dos instrumentos necessários para reagir", referiu, propondo a criação de um centro europeu de combate a incêndios, que ficará sediado em Chipre.

A líder do executivo comunitário - que convidou o bombeiro grego Nikolaos Paisios, líder de uma equipa que ajudou a combater fogos em Espanha, a estar presente na sessão plenária do PE - destacou que o Mecanismo de Proteção Civil Europeu faz diferença no combate aos incêndios.

Ao abrigo do mecanismo, foram destacados 760 bombeiros europeus para vários Estados-membros afetados pelos fogos florestais.

Verão mais quente e rigoroso

Von der Leyen reiterou ainda que as alterações climáticas estão a tornar cada verão mais quente e rigoroso, e por isso a União Europeia tem de "intensificar radicalmente os esforços de resiliência e adaptação às alterações climáticas e soluções baseadas na natureza".

Portugal foi, este verão, um dos países da UE mais afetados por incêndios florestais, tendo sido registados até 31 de agosto de 2025 um total de 254.296 hectares de área ardida, um valor três vezes superior à média dos últimos 20 anos e que torna 2025 o terceiro pior ao de sempre, depois de 2003 e 2005.

O Sistema Europeu de Informação de Fogos Florestais indica que 2,35% do território português já ardeu este ano.