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Mais de 21 mil vítimas de violência doméstica em seis meses, queixas aumentam 26%

Número de queixas é o mais alto pelo menos desde 2019, sendo que a larga maioria das vítimas são mulheres.

Mais de 21 mil vítimas de violência doméstica em seis meses, queixas aumentam 26%
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Só na primeira metade do ano, 2025 regista já o maior número de queixas de violência doméstica desde 2019. De acordo com o jornal Expresso, são já 18.396 queixas registadas pelas autoridades que se traduzem em mais de 21 mil vítimas (entre as mais de 8 mil da GNR e as mais de 12 mil da PSP).

Este número (18.396) representa um aumento de 25,8% comparativamente com o período homólogo de 2024 (14.617) e é o mais alto pelo menos desde 2019, sendo que a maioria das vítimas são mulheres.

Até 30 de junho, o número de ocorrências no primeiro semestre de cada ano ronda as 14 mil, à exceção nos anos de pandemia, 2020 e 2021, em que foram 13 e 12 mil, respetivamente.

Frederico Moyano Marques, da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV), alertou, em declarações ao Expresso, que “podemos estar perante o aumento real da violência doméstica", sendo necessário questionar o que está a acontecer.

Em agosto, a Guarda Nacional Republicana (GNR) anunciou que deteve 767 pessoas suspeitas da prática do crime de violência doméstica no primeiro semestre deste ano, num total de 6.951 casos registados, sendo que 692 dos suspeitos detidos eram homens e 75 mulheres.

Em relação às vítimas de violência doméstica no mesmo período, a GNR registou 8.746 pessoas, 6.328 das quais do género feminino, 2.408 do género masculino e "dez de género não especificado".

Na mesma altura, a Polícia de Segurança Pública (PSP) anunciou ter detido 306 pessoas no primeiro semestre deste ano por suspeita de violência doméstica, período em que foram constituídos 3.404 arguidos pelo mesmo crime.

Do total de suspeitos identificados, 2.725 eram mulheres e 9.666 homens. Do lado das vítimas, 8.456 eram mulheres e 4.172 homens, perfazendo, do lado da PSP, um total de 12.628 vítimas.

Tudo somado, entre as vítimas registadas pela GNR e as da PSP, estão em causa 21.374 vítimas que são maioritariamente do género feminino (cerca de 69%, o que corresponde a 14.784 mulheres ou meninas).

Os dados, ainda provisórios, mostram também que a tendência quanto ao género se está a inverter no que diz respeito ao agressor, que em 79% dos casos é do género masculino.