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Análise

Charlie Kirk: "Houve um esforço para fazer dele quase um mártir do movimento trumpista"

Pedro Cordeiro, editor de Internacional do Expresso, vê o funeral de Charlie Kirk como um evento com aproveitamento político.

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O funeral de Charlie Kirk, onde mais de 100 mil pessoas marcaram presença, teve "o seu quinhão de aproveitamento político", considera o jornalista Pedro Cordeiro. Sobre o reconhecimento do Estado da Palestina por vários países, incluindo Portugal, o jornalista não acredita que possa ser realmente o caminho para a paz.

"Depois do assassínio, houve todo um esforço para fazer dele quase um mártir do movimento trumpista. E aí com certeza que a Casa Branca e o Partido Republicano também tiveram um dedo, portanto eu acho que potenciaram algo que já tinha tudo para ser galvanizador deste movimento".

Tanto no apoio popular, na mobilização das pessoas que têm convicções próximas do Presidente dos Estados Unidos, como até depois num movimento que visa precisamente calar ou silenciar os que têm outras posições.

"Quando é morto daquela forma, claro está que ia sempre haver uma reação muito emocional e aqui com certeza com o seu quinhão de aproveitamento político".

Reconhecimento do Estado da Palestina

Portugal foi um dos países que avançou no domingo co o reconhecimento do Estado da Palestina, bem como o Canadá, a Austrália e o Reino Unido. Hoje será a vez de França. O primeiro-ministro israelita promete uma resposta para breve.

"Benjamim Netanyahu dirá o mesmo, em tom provavelmente mais bruto, o que já o presidente de Israel disse ontem, que era um dia triste, que era um prémio aos terroristas do Hamas e que nada ia mudar porque Israel não ia permitir que houvesse nenhum Estado palestiniano ali ao lado"

"É claro que o reconhecimento enquanto ato formal não muda os dados no terreno e é isso que provavelmente que Benjamim Netanyahu vai querer frisar, vai querer retratar o ato destes países todos, incluindo Portugal, como um ato fútil de quem está assentado nas suas capitais e para quem é fácil dizer eu reconheço um Estado sem que isso mude no terreno."