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Supertufão Ragasa enfraquece para tempestade tropical após atingir sul da China

De acordo com a agência de notícias oficial chinesa Xinhua, o supertufão paralisou grande parte da atividade económica e transportes em cidades como Yangjiang, Shenzhen e a capital da província, Cantão, com 18 milhões de pessoas.

Supertufão Ragasa enfraquece para tempestade tropical após atingir sul da China
Chan Long Hei | AP

O supertufão Ragasa, a mais poderosa tempestade registada no planeta em 2025, enfraqueceu ao atingir a costa do sul da China, informou o Observatório Meteorológico Nacional chinês, que baixou a classificação para ciclone tropical.

O Ragasa chegou a terra junto à cidade de Beihai, na província de Guangxi, por volta das 06:30 (22:30 de quarta-feira em Lisboa), com ventos de até 75 quilómetros por hora (km/h).

A tempestade está a deslocar-se para oeste a uma velocidade entre 15 e 20 km/h. Os meteorologistas esperam que continue a enfraquecer à medida que avança para o interior da China.

Antes de chegar a Guangxi, o Ragasa passou ao largo da província vizinha de Guangdong na tarde de quarta-feira, com rajadas de 150 km/h, forçando a retirada de mais de 2,1 milhões de pessoas.

De acordo com a agência de notícias oficial chinesa Xinhua, o supertufão paralisou grande parte da atividade económica e transportes em cidades como Yangjiang, Shenzhen e a capital da província, Cantão, com 18 milhões de pessoas.

HO WA WONG | REUTERS

Montados milhares de abrigos e geradores de energia

Para apoiar os esforços de resgate, o Governo central chinês atribuiu 350 milhões de yuans (cerca de 41,8 milhões de euros), e disponibilizou equipamentos de bombagem e geradores de energia às áreas mais afetadas.

Em Yangjiang, foram montados 1.038 abrigos, para albergar milhares de pessoas deslocadas, enquanto em Shenzhen, o polo tecnológico do país, cerca de 400 mil pessoas foram retiradas das habitações e o aeroporto esteve encerrado dois dias.

Em Guangxi, os comboios de alta velocidade foram suspensos nas linhas costeiras, as ligações marítimas às ilhas canceladas e mais de seis mil embarcações de pesca foram chamadas de volta aos portos.

Em Beihai, foi ordenada a suspensão total das aulas, transportes públicos e atividades comerciais.

As autoridades chinesas mantêm o alerta laranja para tufões e o alerta vermelho para marés de tempestade (em ambos os casos o segundo nível mais elevado).

A proteção civil alertou para as chuvas, que podem ultrapassar 200 milímetros em partes de Guangdong, Guangxi e Hainan, com risco de inundações, deslizamentos de terra e marés de tempestade no Delta do Rio das Pérolas, que inclui Macau e Hong Kong.

Colónia britânica está gradualmente a regressar à normalidade

A antiga colónia britânica está a gradualmente a regressar à normalidade, após quase dois dias de paralisação devido ao Ragasa, que obrigou as autoridades a manter o alerta máximo - nível 10 - durante quase onze horas, um máximo histórico.

Os esforços de recuperação estão a progredir para remover 1.220 árvores caídas e retomar mais de mil voos cancelados, que afetaram cerca de 140 mil passageiros. O tufão causou ainda inundações generalizadas e feriu, pelo menos, 100 pessoas.

Na vizinha Macau, foram registadas mais de 250 ocorrências, incluindo inundações nas zonas baixas da cidade, com uma altura máxima de 1,51 metros, e cortes de energia, por razões de segurança, que afetaram 16 mil habitações.

Mais de 700 pessoas recorreram aos centros de acolhimento e os Serviços de Saúde registaram sete feridos, incluindo um com ferimentos graves, que teve de ser hospitalizado, anunciou, esta quinta-feira, o Centro de Operações de Proteção Civil.

Antes de rumar à China, o Ragasa causou, pelo menos, dez mortos nas Filipinas e 14 em Taiwan, onde, esta quinta-feira, ainda decorriam operações de busca por 46 desaparecidos, de acordo com a imprensa local.

Ann Wang | Reuters