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Drones sobrevoam bases militares da Dinamarca pela segunda noite

Não foram fornecidos mais detalhes sobre os incidentes ou a resposta das Forças Armadas, mas os meios de comunicação social dinamarqueses garantem que nenhum aeroporto foi encerrado durante a noite.

Drones sobrevoam bases militares da Dinamarca pela segunda noite
Steven Knap

As Forças Armadas dinamarquesas anunciaram este domingo ter avistado drones sobre instalações militares do país durante a noite, pelo segundo dia consecutivo, depois de várias violações do espaço aéreo europeu por aeronaves russas nos últimos dias.

"As Forças Armadas confirmam que foram observados drones em vários dos seus locais durante a noite. Vários meios  [de defesa]  foram mobilizados", avançaram as Forças Armadas, em comunicado divulgado este domingo.

Não foram fornecidos mais detalhes sobre os incidentes ou a resposta das Forças Armadas, mas os meios de comunicação social dinamarqueses garantem que nenhum aeroporto foi encerrado durante a noite.

A presença de drones na Dinamarca e na Noruega desde 22 de setembro levou ao encerramento de vários aeroportos, com Copenhaga a sugerir um possível envolvimento russo.

No sábado, as Forças Armadas dinamarquesas já tinham anunciado a presença de drones não identificados sobre "vários locais militares" durante a noite de sexta-feira para sábado, mas escusaram-se a divulgar mais pormenores.

A polícia confirmou que "um ou dois drones" foram observados na sexta-feira à noite perto e acima da base militar de Karup, a maior do país, que alberga todos os helicópteros das Forças Armadas, a vigilância do espaço aéreo, a escola de aviação e funções de apoio.

Drones já tinham sido observados na quarta-feira

O incidente junta-se aos que têm vindo a decorrer desde segunda-feira numa campanha que o Governo dinamarquês descreveu como atos de "guerra híbrida". A intrusão levou ao encerramento temporário do espaço aéreo ao tráfego civil durante algum tempo.

Voos de drones já tinham sido observados na quarta-feira à noite sobre a Base Aérea de Skrydstrup e sobre o Aeroporto de Aalborg, a quarta maior cidade do país, que também tem uma componente militar, obrigando o aeroporto a suspender os voos durante uma hora.

Na segunda-feira, o surgimento de drones tinha também levado o Aeroporto de Copenhaga a encerrar o tráfego aéreo durante cerca de quatro horas, causando atrasos a aproximadamente 20.000 passageiros.

As autoridades dinamarquesas ainda não determinaram a responsabilidade pelas violações do espaço aéreo, embora se refiram a um "ator profissional" e a um "ataque híbrido" e tenham manifestado suspeitas de possíveis ligações à Rússia.

"Existe um país que representa principalmente uma ameaça à segurança europeia: a Rússia"

O país está em alerta máximo desde segunda-feira, tendo a primeira-ministra, Mette Frederiksen, alertado, na quinta-feira, para a possibilidade de o número de "ataques híbridos" poder aumentar.

Embora tenha admitido que ainda não se sabe a origem dos drones, a primeira-ministra afirmou que "existe um país que representa principalmente uma ameaça à segurança europeia: a Rússia".

Estes incidentes acontecem após a incursão de drones russos também na Polónia e na Roménia e suspeitas na Alemanha, além da aproximação de caças russos ao espaço aéreo estónio, mas as autoridades dinamarquesas ainda não estabeleceram formalmente uma ligação entre estes incidentes.

A Rússia negou "firmemente" estar envolvida nestes sobrevoos, com a sua embaixada em Copenhaga a denunciar uma "provocação orquestrada".

A Dinamarca é um dos principais apoiantes da Ucrânia face à ofensiva lançada pela Rússia em fevereiro de 2022, tendo recentemente anunciado que estava a adquirir novos meios "para detetar e neutralizar drones" e armas de precisão de longo alcance para atingir alvos distantes.