A Ucrânia rejeitou, esta quarta-feira, as explicações da ex-chanceler alemã, Angela Merkel, que defendeu na terça-feira a sua política de aproximação à Rússia, no contexto da invasão em curso da Ucrânia pelas tropas russas.
Agora retirada da política, Angela Merkel, que liderou durante 16 anos a maior economia europeia, disse não ter de “pedir desculpa” por ter apostado na diplomacia e no comércio para tentar evitar uma guerra na Ucrânia.
Por seu lado, Mikhaïlo Podoliak, conselheiro da Presidência da República ucraniana, criticou hoje à ex-chanceler o apoio ao controverso projeto de gasoduto Nord Stream 2, destinado a encaminhar o gás russo para a Europa via Alemanha, nomeadamente.
“Se a chanceler Merkel sempre soube que a Rússia preparava uma guerra e que o objetivo do [Presidente russo, Vladimir] Putin é destruir a União Europeia, então por que construir o Nord Stream 2?“, escreveu Podoliak na rede social Twitter.
If Сhancellor #Merkel always knew that 🇷🇺 was planning a war and Putin’s goal is to destroy the EU, then why would build the Nord Stream 2? “I was not naive” – said the chancellor. Then why did you shoved 🇪🇺 on the 🇷🇺 oil/gas needle? And why does 🇩🇪 have to fix this mistakes now?
— Михайло Подоляк (@Podolyak_M) June 8, 2022
O responsável acusou também Merkel de promover a dependência europeia do gás e do petróleo russos.
Na entrevista divulgada esta terça-feira, Angela Merkel assegurou ter há vários anos consciência da ameaça que Putin fazia pesar sobre a segurança europeia, mas considerava que era do interesse da Alemanha “encontrar um ‘modus vivendi’ com a Rússia”.
A Alemanha pratica há muito tempo uma política de aproximação à Rússia, assente na ideia de que o comércio induziria uma democratização gradual do país.
COM LUSA