O chefe da diplomacia francesa, Jean-Yves Le Drian, reforçou este domingo o compromisso de diálogo com a Rússia sobre a crise na Ucrânia e reforça que não aceitará que Moscovo assuma compromissos que limitem a soberanía dos vizinhos ucranianos.
O ministro dos Negócios Estrangeiros francês, numa entrevista ao ‘Le Journal du Dimanche’, defendeu que, do ponto de vista técnico e militar, a logística que a Rússia colocou na fronteira com a Ucrânia está listada para um possível ataque e considerou que, “é por isso, que a situação é muito grave”.
Le Drian lembrou que a estratégia francesa se baseia na “firmeza” com Moscovo, na “solidariedade”, especialmente com a Ucrânia, e no “diálogo”, e rejeitou a vontade russa de proibir a entrada da Ucrânia na União Europeia ou na NATO, embora tais possíveis adesões não estejam a ser consideradas no momento.
“O princípio da soberania e da livre escolha de cada um é para nós incontestável” de tal forma que “a Ucrânia tem o direito de decidir sobre o seu destino” e isso exclui uma “soberania limitada”, afirmou na entrevista, citada pela agência Efe.
O governante insistiu que “nenhum compromisso é possível” ser aceite pela França com a doutrina de “soberania limitada” que Moscovo pretende, não só para a Ucrânia mas para outros países próximos das suas fronteiras, como Geórgia, Arménia, Azerbaijão ou Moldávia, reforçou.
Em relação à conversa telefónica na sexta-feira entre os presidentes de França, Emmanuel Macron, e da Rússia, Vladimir Putin, explicou que o objetivo é “abrir discussões com a Rússia para obter uma nova ordem de segurança e estabilidade na Europa“.
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