Médio Oriente

"Tudo aquilo que Israel negou está a acontecer diante dos nossos olhos"

No conselho de segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), o embaixador da Palestina alertou para um "um plano orquestrado" que tem o objetivo de devastar a Faixa de Gaza. Israel diz que está a ser alvo de um "exército de calúnia".

Riyad Mansour, embaixador da Palestina nas Nações Unidas
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Continuam os alertas internacionais sobre a crise humanitária na Faixa de Gaza. No conselho de segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), realizado esta quarta-feira, as autoridades dizem que a região Norte regista níveis elevados de insegurança alimentar e fome.

Joyce Msuya, sub-secretária-geral para os Assuntos Humanitários, lembra os entraves que têm sido colocados à Agência da ONU de apoio aos refugiados da Palestina (UNRWA).

“A nossa capacidade de resposta está a ser minada, nomeadamente pela legislação do Knesset israelita, que visa proibir as atividades da UNRWA a partir de janeiro”, afirma Joyce Msuya, que continua. "Se for implementado, este projeto de lei será mais um golpe devastador nos esforços para fornecer ajuda que salva vidas e evitar a ameaça de fome. Nenhuma outra organização pode colmatar estas lacunas."

Linda Thomas-Greenfield, embaixadora dos EUA na ONU, afirma que “Israel tomou algumas medidas importantes”, como o “restabelecimento do fornecimento de ajuda ao Norte”, de modo a evitar sanções. No entanto, frisa que o Governo de Benjamin Netanyahu “deve garantir que as suas ações sejam plenamente aplicadas e que as melhorias sejam sustentadas ao longo do tempo”.

Subindo o tom da conversa, Riyad Mansour, embaixador da Palestina nas ONU, acusa Israel de “um plano orquestrado” que atinge a população civil.

“Tudo aquilo que alertámos, tudo aquilo que Israel negou, está a acontecer diante dos nossos olhos. Estamos nas últimas fases de um plano orquestrado para esvaziar vastas áreas de Gaza da sua população palestiniana e para infligir à população civil.”

Danny Danon, embaixador de Israel nas Nações Unidas, diz que o país está a ser alvo de calúnias “disfarçadas de preocupação humanitária”.