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Rússia anuncia retirada de alguns militares da fronteira com a Ucrânia

Algumas unidades completaram os exercícios e regressaram às bases, informou o Ministério da Defesa russo.

Rússia anuncia retirada de alguns militares da fronteira com a Ucrânia

A Rússia anunciou que retirou alguns militares que estavam junto à fronteira com a Ucrânia.  

Segundo avançou o Ministério da Defesa russo, esta terça-feira, unidades do sul e oeste regressaram às bases após concluírem os exercícios.

Este anúncio acontece no mesmo dia em que o Chanceler alemão, Olaf Scholz, é esperado em Moscovo.

Esta terça-feira de manhã, a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã já tinha apelado à Rússia para retirar as tropas da fronteira com a Ucrânia. Annalena Baerbock, em comunicado, alertava que a situação poderia “degenerar a qualquer momento” e que o “fim da escalada [estava] claramente do lado da Rússia”, cabendo a “Moscovo retirar as suas tropas”.

Também a ministra dos Negócios Estrangeiros britânica, Liz Truss, disse esta terça-feira estar “preocupada” com a possível invasão russa da Ucrânia que pode ser “iminente e altamente provável” receando insegurança na Europa.

“Uma invasão pode ser iminente e altamente provável. O que estamos a seguir é o caminho da dissuasão e da diplomacia e pedimos a Vladimir Putin que dê um passo atrás”, afirmou Liz Truss referindo-se aos militares russos que se encontram destacados junto da fronteira com a Ucrânia.

Há poucas horas, os serviços de inteligência britânicos avisaram que os russos estão a aumentar a presença de tropas na fronteira ucraniana.

Juntaram-se mais 14 batalhões, cada um com 800 homens. Ou seja, segundo os serviços de inteligência britânicos são agora mais cerca de 11.000 soldados estacionados na fronteira, que fizeram aumentar o número de tropas que já se situava perto de 150.000, como explica o comentador da SIC, Germano Almeida.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou na segunda-feira que uma guerra na Ucrânia seria “desastrosa” e disse que ofereceu os seus bons ofícios para encontrar uma solução diplomática para a tensão atual.

Para António Guterres este é o momento de reduzir tensões e de se assistir a uma redução da escalada sobre o terreno, assim como de evitar as “retóricas incendiárias”.

Os serviços secretos norte-americanos chegaram a avançar que a invasão poderia acontecer já na próxima quarta-feira. Depois deste anúncio, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu à população que este dia fosse um “dia de união” no país.

“Disseram-nos que 16 de fevereiro será o dia do ataque. Vamos fazer dele um dia de união”, afirmou Zelensky no Facebook.

Kiev está a preparar-se para uma possível invasão russa: foram criadas reservas de combustível e instalados geradores elétricos. O objetivo é que, em caso de invasão da Rússia, a cidade mantenha os serviços essenciais durante, pelo menos, 10 dias.

Os ministros das Finanças do G7 anunciaram na segunda-feira estar prontos a impor sanções económicas e financeiras com “consequências maciças e imediatas para a economia russa” no caso de uma agressão militar contra a Ucrânia.

Reunidos em Berlim, os ministros da Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos, França, Canadá, Itália e Japão (G7) disseram que a “prioridade imediata” é apoiar os esforços para desanuviar a tensão criada pela concentração de tropas russas nas fronteiras da Ucrânia.

Mas “qualquer nova agressão militar da Rússia contra a Ucrânia será recebida com uma resposta rápida e eficaz”, acrescentaram.

O Ocidente acusa a Rússia de pretender invadir novamente a Ucrânia, depois de ter anexado a península da Crimeia ao país vizinho em 2014.

A Rússia nega a intenção de invadir a Ucrânia, mas condiciona o desanuviamento da crise a exigências que diz serem necessárias para garantir a sua segurança.

Essas exigências incluem garantias de que a Ucrânia nunca fará parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) e o regresso das tropas aliadas nos países vizinhos às posições anteriores a 1997.

Os Estados Unidos e os seus aliados da NATO e da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) recusam tais exigências.

Esta é considerada a pior crise na Europa desde o fim da Guerra Fria, há três décadas, entre o Ocidente e a então União Soviética.

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