Dezenas de jovens migrantes africanos aprendem a nadar em água até aos joelhos numa praia de Tenerife, liderados por instrutores voluntários espanhóis.
Muitos sofrem de traumas após uma perigosa travessia para as Canárias, vindos de países como o Senegal ou a Mauritânia, amontoados em barcos precários. Alguns sobreviveram por pouco e outros perderam familiares ou amigos no oceano.
“Há pessoas que chegam com um medo terrível que se vê quando entram na água segurando a mão como se estivessem agarradas à vida”, disse Jorge Balcazar, coordenador do Projeto Água na associação Proemaid.
O número de migrantes que chegam irregularmente por via marítima ao arquipélago aumentou 160% entre janeiro e 15 de julho em relação ao ano anterior, para quase 20 mil pessoas. A maior parte chegou por via marítima a Espanha, segundo o Ministério do Interior espanhol.
O grupo de defesa dos direitos migratórios Caminando Fronteras revela num relatório que quase 5.000 migrantes, um número sem precedentes, morreram no mar no mesmo período nesta rota.
"Não o faria novamente. É muito difícil, muito, muito perigoso. É um risco que corremos, porque não tivemos escolha. É difícil no Mali", disse Mamadou M Bathily, um jovem de 24 anos. que chegou a Tenerife há uma semana via Senegal juntamente com mais 215 pessoas.
Os voluntários trabalham com grupos de 35 a 40 pessoas e esperam formar até 450 durante o verão, disse Francisco Navarro, de outra organização sem fins lucrativos, a ACCEM.