Uma equipa de cientistas, liderada por investigadores da Universidade de Cornell, criou robôs biohíbridos controlados por cogumelos ostra-rei (Pleurotuseryngii), misturando organismos vivos e máquinas. Os investigadores utilizaram o sistema de raízes dos cogumelos para controlar os robôs.
Metade cogumelo, metade máquina. Um robô rola pelo chão. Uma “estrela” ou “aranha” robóticadobra as cinco pernas. O que diferencia os dois robôs dos que são alimentados de forma tradicional é que estes são controlados por uma entidade viva: um cogumelo ostra-rei.
A equipa de cientistas, liderada por investigadores da Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, projetou dois tipos de robôs que detetam e respondem ao ambiente, aproveitando sinais elétricos produzidos pelos cogumelos e a sua sensibilidade à luz.
O estudo foi publicado em agosto na revista ScienceRobotics.
Tudo começou com um “kit” encomendado na internet
Uma equipa começou a cultivar cogumelos-ostra (Pleurotuseryngii), uma espécie que cresce com facilidade e rapidez, num laboratório a partir de um “kit” simples encomendado na internet. Cultivou estruturas semelhantes ao micélio do cogumelo, que formam redes que podem sentir, comunicar e transportar nutrientes.
Os robôs conseguiram “andar” e rolar como resposta aos picos elétricos gerados pelos micélios. Quando foram estimulados com luz ultraviolenta mudaram a trajetória, mostrando que são capazes de responder ao ambiente.
Além disso, os autores do estudo verificaram que os cogumelos ostra-rei podem ser cultivados em grandes quantidades, podem prosperar em ambientes diferentes e são resistentes a condições extremas.
Os robôs são a mais recente conquista dos cientistas na robótica híbrida, que junta materiais vivos, como células vegetais, animais ou insetos, com materiais sintéticos para criar entidades parcialmente vivas.
Os robôs biohíbridos ainda não saíram do laboratório, mas a ideia é replicar a capacidade de resposta dos seres vivos a variados estímulos.