Há quem diga que cheira a chulé ou a animal morto. Ainda assim, o exemplar da Amorphophallus Titanum (nome científico também abreviado para Titan Arum) atraiu multidões esta semana no Jardim Botânico de Geelong, em Melbourne, no Sul da Austrália. Esta é uma planta com características únicas, floresce de forma imprevisível e por vezes apenas uma vez a cada 10 anos. Cada floração dura apenas de 24 a 48 horas, tornando-se por isso um fenómeno raro que atrai milhares de curiosos.
A planta que começou a florescer na segunda-feira, 11 de novembro, após dias de expectativa, com cerca de 5.000 pessoas a chegar para observar de perto o acontecimento, disse ao Nine News a responsável pelo Jardim Botânico de Geelong, Reese McIlvena.
À estação de televisão australiana, os visitantes descreveram também o cheiro da flor como sendo semelhante ao de um rato morto ou de um lago fedorento.
A planta que floresceu esta semana é um exemplar da maior espécie de flor carnívora do mundo e foi doada ao Jardim Botânico de Geelong em 2021 pelo Herbário Estadual em Adelaide, Sul da Austrália. Durante anos, os especialistas têm observado e estudado a flor, à espera de sinais de floração.
Para quem não teve possibilidade de visitar o Jardim Botânico, foi partilhada uma transmissão ao vivo da flor-cadáver – que acumulou dezenas de milhares de visualizações, com espectadores de todo o mundo sintonizados, de acordo com o Nine News.
A maior espécie de flor carnívora está em declínio
A Titan Arum é a maior espécie de flor carnívora e a sua preservação é importante dado que a população selvagem está em declínio. A planta é nativa da Indonésia e é considerada como "ameaçada" na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, na sigla em inglês)
O habitat natural desta flor é a floresta de Sumatra, devastado pela desflorestação, com grande parte da terra convertida em plantações de madeira, papel ou óleo de palma, de acordo com a IUCN.
A planta pode viver entre 30 a 40 anos, o que significa que floresce poucas vezes ao longo da vida. A IUCN estima que restem apenas algumas centenas destas plantas na natureza.
Atualmente, é uma planta protegido na Indonésia e dezenas de jardins botânicos em todo o mundo cultivam esta flor para apoiar a sua preservação.